A implantação de mísseis de médio alcance dos EUA no Japão representaria uma ameaça à segurança nacional da Rússia, afirmou nesta quarta-feira (27) o Ministério das Relações Exteriores russo.
“Advertimos em reiteradas ocasiões que, se os mísseis de alcance médio estadunidenses fossem instalados em território japonês, isto representaria uma ameaça real à segurança da Rússia”, disse a porta-voz da instituição, María Zakharova, em uma conferência de imprensa.
Segundo a porta-voz, Tóquio pode se familiarizar com as prováveis ações de Moscou, em caso dessa instalação, caso leia a doutrina atualizada russa sobre dissuasão nuclear.
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Zakharova enfatizou que, nesta etapa, não há necessidade de fazer um discurso detalhado sobre como e onde Moscou poderia instalar mísseis de menor e médio alcance em resposta às ações dos Estados Unidos.
Anteriormente, o vice-ministro russo de Exteriores, Serguei Ryabov, declarou que Moscou está avaliando a possibilidade de instalar mísseis de curto e médio alcance na Ásia, caso Washington adote ações similares nesta região. Ryabov pediu a Washington e a seus sócios na região Ásia-Pacífico que se detenham e reconsiderem a decisão de instalar sistemas estadunidenses.
Doutrina nuclear atualizada
Em 19 de novembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto em que se aprova a doutrina nuclear atualizada que estabelece, entre outras coisas, que um ataque massivo ao país, com mísseis de cruzeiro e drones, poderia gerar uma resposta nuclear.
Segundo Putin, a renovada doutrina considera um ataque conjunto à Rússia, a agressão de qualquer país não nuclear de que participe ou que se realize com o apoio de um estado nuclear.
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Além disso, a Rússia considera as armas nucleares um meio dissuasório e seu uso uma medida extrema, enquanto a política estatal é de “caráter defensivo”, com o objetivo de garantir a proteção da soberania e a integridade territorial do país.
A nova doutrina repassa os principais perigos militares com capacidade de se tornarem ameaças bélicas para a Rússia, e cuja neutralização poderia implicar o uso de armas nucleares.
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