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Rússia denuncia manobras para excluir partido de Evo Morales das eleições bolivianas

Moscou também expressa preocupação pela situação em torno da missão diplomática mexicana em La Paz, que garantiu asilo político a líderes masistas
Antonio Rondón García
Prensa Latina
Moscou

Tradução:

A Chancelaria russa fez, nesta sexta-feira (3), um chamado para que o governo instaurado depois do golpe de Estado de novembro na Bolívia, garanta a participação de todas as forças políticas nas eleições, incluindo o Movimento ao Socialismo (MAS).

“Chamamos todas as forças políticas, antes de mais nada, ao governo transitório da Bolívia, sobre o qual recai uma responsabilidade especial, a garantir ao povo desse país condições para exercer seu direito político para eleger a sua nova direção”, destacou a instituição.

A comunidade internacional espera do governo instaurado pela força “medidas efetivas e responsáveis para a preparação de um processo eleitoral, com a participação de todas as forças políticas”, declarou à Prensa Latina a porta-voz da Chancelaria russa, María Zajorova.
Preocupam as informações de que o recém eleito Tribunal Eleitoral da Bolívia (TEB) poderia suspender o registro do MAS, dirigido pelo ex-presidente Evo Morales, por suposta falsificação dos resultados nas eleições de novembro passado, afirmou a porta-voz.

Moscou também expressa preocupação pela situação em torno da missão diplomática mexicana em La Paz, que garantiu asilo político a líderes masistas

en.kremlin.ru/multimedia
Vladimir Putin

A imprensa local recorda que especialistas independentes demonstraram que nas eleições gerais do país sul-americano não houve fraude alguma e reconhecem a vitória de Evo Morales no primeiro turno, com mais de 47% dos votos.

No entanto, ainda que o TEB possua prerrogativas para suspender partidos, a lei eleitoral não contempla nenhuma regulação para proibir a participação de uma entidade política nas eleições pelas razões expostas sobre a suposta fraude, explicou a porta-voz.

Moscou recorda, também, que o MAS reflete uma preferência política de pelo menos 47% (cerca de três milhões) de bolivianos.

Nicolas Maduro e Vladimir Putin

Por essa razão, excluir o partido em questão do processo eleitoral colocaria em dúvida sua legalidade e dificultaria qualquer saída a essa crise política, indicou a porta-voz.
A porta-voz da Chancelaria também expressa preocupação pela situação em torno da missão diplomática mexicana em La Paz, que garantiu asilo político a antigos líderes bolivianos.

A embaixada do México está cercada por militares e policiais que revisam quem entra ou sai desse recinto, enquanto se escutam ameaças de membros do governo interino de uma possível operação para tirar à forças as pessoas asiladas, denunciou a funcionária pública.

Nesse sentido, a Rússia fez um chamado a respeitar as normas internacionalmente reconhecidas sobre a imunidade das missões diplomáticas, principalmente, a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961 e as obrigações para respeitar o direito de asilo.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Antonio Rondón García

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