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Chicotada Na Mídia*
O governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, do PSDB, partido que governa São Paulo ha quase duas décadas, anunciou que autorizou a utilização do Volume Morto, da maior represa do Sistema Cantareira, que abastece de água potável 70% da população da Grande São Paulo.
Disse que utilizarão esse recurso até 27 de novembro, ou seja, pouco mais de um mês das eleições gerais de outubro. Tudo isso para não assumir a responsabilidade de decretar o racionamento compulsório em ano eleitoral.
É um absurdo. O racionamento programado deveria ter sido adotado em meados do ano passado quando o sistema já demonstrava estar caminhando rapidamente para situação crítica. Não fizeram por incompetência, por questões eleitorais ou por burrice, em qualquer dos casos, por extrema irresponsabilidade. Não dá para acreditar que tenha sido fundada em razões técnicas, ou na crença de que Santo Pedro se apiedaria dos paulistas e faria chover sobre a região.
Quem se eleger ou se reeleger para governar o Estado de São Paulo, após outubro terá que arcar com a maior falta de água desde muitos séculos nesta região. Vai ter que racionar compulsoriamente, pior que um racionamento programado que poderia ter sido realizado desde 2013.
Com a utilização do Volume Morto, estará comprometido irremediavelmente todo o Sistema Cantareira no curto e talvez até no longo prazo. Mesmo que São Pedro resolva fazer chover abundantemente na região, os mananciais que alimentam o complexo de represa estão comprometidos, pelo desmatamento e urbanização descontrolada.
A utilização de sistemas alternativos é cara e de longo prazo. Buscar água na bacia do Rio Ribeira, a mais de 300 quilômetros, na bacia do São Lourenço, a cerca de 100 quilômetros, na bacia do Paraíba do Sul. Esta última, que abastece as cidades conurbadas do Vale do Paraíba em São Paulo, e outras tantas cidades no estado do Rio de Janeiro já está comprometida e também ameaçada pela expansão urbana.
O Sistema Cantareira já está funcionando com águas longínquas retiradas da bacia do rio Piracicaba, ha mais de 100 quilômetros da capital. E já comprometeu esse sistema que abastece a zona metropolitana de Campinas com quase dois milhões de habitantes.