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Segurança Russa: Ao atacar Moscou, Zelensky descarta esforços da China para acordo de paz

Andrei Popov, chefe do FSB, afirma ainda que intenção com atentando é enfraquecer a imagem internacional da Rússia, mas operação militar vai continuar
Hansell Pavel Oro Oro
Prensa Latina

Tradução:

A notícia sobre a explosão de drones ucranianos sobre a residência do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, mantém o mundo em alerta.

“Não podem proteger Putin, e muito menos as pessoas: é o efeito que em nível internacional a Ucrânia pretendeu com o lançamento dos aviões não tripulados; isso é um fracasso de Kiev”, afirmou o chefe do serviço de segurança da Rússia (FSB) Andrei Popov, em entrevista exclusiva ao Prensa Latina.

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Prensa Latina: Às vésperas do Dia da Vitória, em 9 de maio, Kiev intensificou seu ataque ao território russo utilizando drones, como avalia a situação?
Popov: As medidas adotadas por Kiev não afetarão o curso da operação militar especial. Entre os objetivos dos ataques está a ideia de gerar a imagem para os patrocinadores ocidentais e seus contribuintes de um ataque à Rússia no centro da capital.

Em segundo lugar, buscam interromper o desfile de 9 de maio como resultado de uma contra-ofensiva.

Prensa Latina: Ataque com drones ao Kremlin, que interesse tem a Ucrânia? Qual será a reação da Rússia?
Popov: Sem dúvida, os responsáveis pelo ato terrorista buscavam também o reconhecimento das ações da Defesa Aérea do Kremlin, assim como delinear em nível internacional o efeito de um mal trabalho do Ministério da Defesa e dos serviços especiais da Rússia que supostamente descuidaram de Putin.

Com isso planejam o desenvolvimento e florescimento de estados de ânimo derrotistas na sociedade e a desconfiança em relação às autoridades russas.

Andrei Popov, chefe do FSB, afirma ainda que intenção com atentando é enfraquecer a imagem internacional da Rússia, mas operação militar vai continuar

EPP Group/Flickr
Andrei Popov: Zelensky cancelou as garantias de sua segurança pessoal

Portanto, a reação do Kremlin é seguir o plano previamente esboçado para obter os objetivos da operação militar especial. Não obstante, deixamos claro que Zelenski (presidente da Ucrânia), ao ordenar um ataque com drones contra o Kremlin, cancelou as garantias de sua segurança pessoal sobre a qual Putin falou com o ex-primeiro ministro israelense Naftalí Bennett no começo da operação militar especial.

Prensa Latina: Recentemente o FSB capturou uma rede de agentes ucranianos clandestina na Crimeia com planos de assassinar os principais líderes desta península. Quais são os detalhes desta operação?
Popov: Este é o resultado do trabalho sistemático dos serviços especiais russos para identificar e eliminar os agentes de inteligência da Ucrânia e da Otan. Existem casos cada vez mais frequentes de entregas voluntárias por pessoas envolvidas nas atividades da Direção Geral de Inteligência da Ucrânia.

Sem dúvida isto se deve ao endurecimento das leis russas para castigar o terrorismo, a espionagem e a traição; os oficiais de inteligência ucranianos se conscientizam de que protegem a Otan e não a Ucrânia, e por último, a uma redução no financiamento das operações de inteligência.

Prensa Latina: Em sua opinião, os esforços da China como mediador no conflito para lograr a paz poderiam perder força depois do ataque ao presidente da Rússia?
Popov: Zelenski, ao lançar os drones, mostrou sua atitude diante das iniciativas de paz da Rússia e da China, descartando assim a possibilidade de entabular negociações de paz.

Hansell Pavel Oro Oro | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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