“Não somos indiferente ao que acontece na Bielorrússia, o país mais próximos a nós, em todos os sentidos”, afirmou nesta quinta-feira (27) o presidente Vladimir Putin, mas deu a entender que não enviará tropas para apoiar o governo de Aleksandr Lukashenko a menos que se produzam violentos distúrbios instigado do exterior, em alusão aos Estados Unidos e os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Putin quis que se lesse nas entrelinhas que não está disposto a salvar a qualquer preço a Lukashenko, mas tampouco permitirá que a Bielorrússia rompa com a Rússia e deixe de ser a espécie de amortecedor com a OTAN que tem sido até agora.
O mandatário o fez em uma entrevista a um canal da televisão pública russa, na qual revelou que Lukashenko – encurralado por multitudinárias manifestações de protesto e greves em muitas empresas da Bielorrússia sob a mesma demanda de celebrar novas eleições presidenciais, de cessar a repressão e libertar todos os presos políticos -, lhe pediu ajuda.
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Putin não permitirá que a Bielorrússia rompa com seu país.
“Aleksandr Grigorievich (Lukashenko) me pediu que formasse uma reserva determinada de efetivos das forças da ordem. E eu o fiz. Ao mesmo tempo, acordamos que não vai ser utilizado (esse contingente) até que a situação saia de controle e os elementos extremistas, encobrindo-se com lemas políticos, cruzem uma certa linha e comecem a causar desmandos, a queimar automóveis, edifícios, bancos, a tomar por assalto sedes governamentais e coisas desse tipo”, precisou Putin.
“Neste momento não é necessário outorgar essa ajuda ainda, e esperamos que não faça falta”, agregou.
Putin – que segundo se comenta não perdoa a Lukashenko seu flerte com a União Europeia e sua negativa a formalizar a absorção de fato da Bielorrússia dentro de uma confederação com a Rússia – propõe que os próprios bielorrussos resolvam suas controvérsias.
A única coisa que não admite o titular do Kremlin é que os Estados Unidos e a OTAN se intrometam na Bielorrússia para inclinar a balança em um sentido que, do seu ponto de vista, possa significar uma ameaça à segurança da Rússia.
Essa é a linha que ninguém deve cruzar se não quiser ver tropas e tanques russos situados em posições chaves nas ruas de Minsk.
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