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Sobre a Greve Geral: A mídia sem máscara

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Quem se lembra da verdadeira convocação que jornais, rádios, TV, sites de notícia faziam há pouco mais de um ano para as manifestações a favor de deposição da presidente da República, por meio de um processo fraudulento chamado impeachment?

Audálio Dantas*

Foto Pimentel Neto
Foto Pimentel Neto

Um picaretinha do tipo Kim Kataguira era promovido a líder de massas de uma hora para outra e ocupava espaço em todas as mídias.
A TV divulgava online, com antecedência, todos os preparativos para as grandes marchas.

A meca dos golpistas. Ilustração Vitor Teixeira
A meca dos golpistas. Ilustração Vitor Teixeira

O Pato da Fiesp, tão amarelinho, era focalizado de todos os ângulos.
Os jornais publicavam infográficos mostrando o itinerário das passeatas, pontos de concentração e tudo mais.

Um pesado silêncio se fez sobre as falcatruas de Eduardo Cunha, preservado para comandar o deprimente espetáculo que transformou a Câmara dos Deputados numa casa de tolerância, condição que perdura até hoje.

Um novo mascote para as manifestações. Ilustração Vitor Teixeira
Um novo mascote para as manifestações. Ilustração Vitor Teixeira

O mesmo silêncio que, vergonhosamente, se faz agora sobre a preparação da greve de protesto contra o processo de destruição dos direitos que os trabalhadores conquistaram em dezenas de anos de lutas.
Quando se diz alguma coisa é para lamentar os “prejuízos” que a greve causará “ao país”.
O mesmo país que está em processo de liquidação promovido pela quadrilha que ilegitimamente ocupou o poder.
Como ocorreu com os movimentos que surgiram no seio do povo contra a ditadura militar, como no caso da campanha pelas eleições diretas, em 1984, o que acontece agora é uma vergonhosa omissão de informações.
Mesmo assim, milhões ocuparam as ruas.
Se não for isso, o que justificará que um programa jornalístico chamado JORNAL NACIONAL, tenha, na véspera da greve anunciada para hoje, sonegado qualquer informação sobre o movimento?
É como se o país já estivesse totalmente entregue.
E transformado num país sem povo.
Mas a despeito da vergonhosa omissão de informação, parece que o povo existe e começa a despertar. E hoje cruzará os braços.
*Por Audálio Dantas, jornalista com mais de 50 anos de atuação em inúmeros veículos de imprensa e uma referência entre os profissionais.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Revista Diálogos do Sul

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