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Tropas de Israel vigiam fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai

O plano de militarização estrangeira na Argentina é o mais importante que se conhece na história do país e é de responsabilidade do governo Macri
Stella Calloni

Tradução:

Quatro lanchas artilhadas Shalgag MKII, com tripulação e assessores israelenses, estão desde domingo, 5 de agosto, em Posadas, capital de Missiones, no norte da Argentina, situada na chamada Tríplice Fronteira, com Brasil e Paraguai, com a missão de patrulhar cerca de mil quilômetros nas águas dos rios Paraguai e Paraná. O plano de militarização estrangeira na Argentina é o mais importante que se conhece na história do país e é de responsabilidade do governo Macri, sem autorização do Congresso.

Com o pretexto de controlar o contrabando de drogas e mercadorias procedentes do Paraguai, quatro lanchas artilhadas Shalgag MKII, com tripulação e assessores israelenses, estão desde domingo, 5 de agosto, em Posadas, capital de Missiones, no norte da Argentina, situada na chamada Tríplice Fronteira, com Brasil e Paraguai, com a missão de patrulhar cerca de mil quilômetros nas águas dos rios Paraguai e Paraná.

Diálogos do Sul tem informado que nesses dois últimos dois anos, foram firmados acordos de segurança e de cooperação militar entre o governo do presidente argentino Maurício Macri com os Estados Unidos e Israel. O acordo prevê a compra de equipamentos e armas e a instalação de bases militares, tanto no extremo sul do país, como nas zonas de fronteira a noroeste e nordeste. O governo também autorizou a presença de tropas estadunidenses do Comando Sul, sem que tivesse sido previamente autorizado pelo Congresso.

De fato, em Missiones, já se instalou uma “força tarefa” da DEA, a agência de combate às drogas dos EUA. O acordo foi subscrito pela ministra de Segurança, Patrícia Bullrich, em 2017, nos Estados Unidos. Ela mesma comprou essas lanchas israelenses a um preço muito maior do que custaria em outros países.

Paralelamente, avançam na construção de uma base militar na província de Neuquén, iniciada em 2017 pelo Comando Sul. É certo também que planejam a instalação de pelo menos mais duas bases militares na Tierra del Fuego, conhecida como Ilha do fim do mundo. Uma delas supostamente para controlar explosões nucleares na cidade de Tolhuin e em Usuhaia, o Centro de Inteligência regional.

Esse acordo foi firmado entre Bullrich e s governadora de Tierra del Fuego, em 31 de outubro de 2017, que se sabe são alicerces para outra base estadunidense. A outra, para logística, segundo anunciou o ministro da Defesa, Oscar Aguad, se construirá ainda este ano.

As lanchas artilhadas e o esquema de segurança fronteiriços terão seu centro operacional em Posadas. Nesse momento, segundo jornal local “El Territorio”, de Missiones, estão estacionadas no porto da Delegacia Naval Argentina.

A área a ser coberta é de mil quilômetros e vai desde Clorinda (Formosa), até Puerto Iguazú. Abrange quatro províncias: Formosa, Misiones, Corrientes e Chaco. É por esse território que entra na Argentina a maior quantidade de maconha. Quatro embarcações farão o patrulhamento, segundo o jornal local.

O plano de militarização estrangeira na Argentina é o mais importante que se conhece na história do país e é de responsabilidade do governo Macri, sem autorização do Congresso.

*Colaboradora de Diálogos do Sul, desde Buenos Aires, Argentina


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Stella Calloni Atuou como correspondente de guerra em países da América Central e África do Norte. Já entrevistou diferentes chefes de Estado, como Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva, Rafael Correa, Daniel Ortega, Salvador Allende, etc.

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