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Trump engrossa discurso fascista e promete caça a imigrantes e "comunistas" se eleito

Entre os compromissos do ex-mandatário, está “levar a cabo a maior operação de deportação doméstica da história estadunidense”
Jim Cason
La Jornada
Washington

Tradução:

Donald Trump prometeu que promoverá medidas anti-imigrantes para defender o país de narcotraficantes – incluído um bloqueio naval de portos mexicanos – e comunistas anticristãos no primeiro dia de regresso à Casa Branca.

Mas diferentemente de sua exitosa campanha de 2016 que se centrou em imigrantes mexicanos, os quais acusou de serem criminosos, narcotraficantes e violadores, agora o enfoque é sobre os migrantes como ameaça política. “Vamos deixar de fora os comunistas que odeiam os cristãos, marxistas e socialistas fora da América”, sublinhou. 

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Em uma mensagem – feita na Conferência da Coalizão de Fé e Liberdade no último fim de semana, mas difundida por sua campanha nesta quarta-feira (8) – Trump anunciou: “ordenarei ao meu governo negar o ingresso a TODO comunista e marxista”, sublinhou, em referência a cláusulas que ainda existem na lei federal de migração. “Aqueles que vêm para cá para se somar ao nosso país têm que AMAR nosso país… Não os queremos quando querem destruir nosso país”. Além disso, perguntou: “E o que fazemos com os que já estão aqui?”. 

A mensagem de Trump sempre foi a de um retorno a um passado aparentemente glorioso – Make America Great Again – e nesta ocasião está propondo reimpor proibições migratórias que foram aplicadas desde a Primeira Guerra Mundial até pouco depois do fim da guerra fria contra anarquistas, socialistas e comunistas e até os anos noventa, a lei se aplicava contra imigrantes gays

Texas, EUA: um caldo de racismo, armas e jogos políticos onde imigrantes são inimigos

A mensagem de Trump assegura que tanto a retórica anti-imigrantes e agora contra tudo o que pareça de “esquerda” será constante na disputa eleitoral e as medidas anunciadas nesta semana são parte de uma competição contra outros candidatos republicanos, sobretudo o governador da Florida, Ron DeSantis, para ver quem é mais anti-imigrante.

Entre os compromissos do ex-mandatário, está “levar a cabo a maior operação de deportação doméstica da história estadunidense”

EBC
Trump mostra que tanto a retórica anti-imigrantes e agora contra tudo o que pareça de “esquerda” será constante na disputa eleitoral

A campanha de Trump anunciou que em seu primeiro dia como presidente – a chamada Agenda do Primeiro Dia para Assegurar nossa Fronteira e Recuperar nossa Soberania Nacional – implementaria uma série de medidas incluindo várias com um efeito direto contra o México

Estas incluem restituir o Permaneça no México, construir mais muros fronteiriços, implementar de novo o Título 42 e transferir milhares de tropas militares agora no exterior à “nossa própria fronteira sul”.

Aparentemente respondendo a uma proposta de DeSantis, Trump propõe “mobilizar a Marinha dos Estados Unidos para impor um embargo naval pleno sobre os cartéis de droga” – algo que se interpreta como um bloqueio de alguns portos mexicanos. 

Para não ser relegado a um segundo lugar, o ex-presidente se comprometeu a “levar a cabo a maior operação de deportação doméstica da história estadunidense”. Isso também inclui a proposta para remover todo membro ou suspeito de ser integrante de “quadrilhas, narcotraficantes e membros de cartéis dos Estados Unidos”.

Jim Cason e David Brooks | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Jim Cason Correspondente do La Jornada e membro do Friends Committee On National Legislation nos EUA, trabalhou por mais de 30 anos pela mudança social como ativista e jornalista. Foi ainda editor sênior da AllAfrica.com, o maior distribuidor de notícias e informações sobre a África no mundo.

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