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“Um grito de alerta da memória”

Juliane Cintra

Tradução:

Juliane Cintra*

Assim definiu, o jornalista Paulo Cannabrava Filho, o 3º Seminário Latino-Americano de Anistia, realizado de 22 a 24 de novembro em Brasília.

Lutar contra o esquecimento e garantir a defesa dos direitos humanos, estas foram as principais reivindicações dos participantes do III Seminário Latino-Americano de Anistia realizado de 22 a 24 de novembro na Câmara dos Deputados em Brasília.

Promovido pela Comissão de Direitos Humanos, o encontro contou com a presença do paraguaio Martin Almada, ganhador do Prêmio Nobel Alternativo em 2002, da consulesa boliviana Shirley Orozco e da ministra da Embaixada Venezuelana, Dulce María Parra Fuentes, todos altivosmilitantes da luta pelos direitos dos anistiados.

O jornalista e anistiado político, Paulo Cannabrava Filho, após sua experiência de 12 anos no exílio, ressaltou, em sua fala na mesa de comissão memória e verdade, que a América Latina tem uma história em comum, escrita através do auxílio mútuo. “Durante décadas nossos povos amadureceram na vivência o conceito e a compreensão da solidariedade como valor humano e fator de sobrevivência. Não podemos permitir nunca que esses valores se arrefeçam. Solidários na luta de libertação, solidários no confronto com a repressão, seguimos solidários na construção da democracia e na conquista do respeito aos direitos humanos”, destaca. Cannabrava reforçou, ainda, a necessidade da abertura dos arquivos da ditadura, para ele uma questão moral e de respeito à história.

O advogado paraguaio, Martin Almada, torturado em 1974, durante a ditadura em seu país, foi responsável pela descoberta dos arquivos da repressão Stroessner, revelando à Diálogos que encontrou entre estes documentos 3 toneladas de arquivos da Operação Condor. Almada também analisou os registros do Arquivo Militar de Freiburg e o Arquivo Político do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, em Berlim, constatando a existência, somente no primeiro ano da Operação Condor, em 1976, de 13 volumes com informações sobre refugiados chilenos.

Por este motivo, o jornalista Paulo Cannabrava ressalta a importância em se aprender com o passado. “Nesse mergulho sobre nossa história seria irresponsável ater?se unicamente a fatos. É preciso buscar, incansavelmente, as causas, os porquês, os verdadeiros responsáveis. Só assim se poderá evitar que nossas tragédias continuem a reproduzir?se.”, conclui.

Leia a fala do jornalista Paulo Cannabrava Filho sobre Anistia e Direitos Humanos na íntegra >>


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Juliane Cintra

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