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Um mundo melhor é possível

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

forum-social-mundial-2010-logotipo_horizUm mundo melhor é realmente possível. Mas dependerá da atitude de cada cidadão e da mobilização da sociedade, especialmente através de suas entidades representativas, para garantir a adoção de políticas de desenvolvimento econômico ambientalmente mais responsáveis e socialmente mais justas.??

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p style=”text-align: left;”>Esta é a síntese das discussões do Fórum Social Mundial da Biodiversidade 2015, realizado em Manaus no período de 26 a 30 de janeiro, que teve a contribuição fundamental da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Amazonas e Roraima – NCST-AM/RR, além de outras instituições trabalhistas.?
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p style=”text-align: left;”>De acordo com Osmet Duk Filho presidente Estadual da Nova Central – AM/RR, a entidade contribuiu bastante para o sucesso do evento, que tirou as propostas brasileiras ao Fórum Social Mundial 2015, que acontecerá em março, na Tunísia.?
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p style=”text-align: left;”>?“Somos trabalhadores. Temos consciência do quanto é importante encontrar novos rumos não somente para as relações capital/trabalho, mas para as relações da própria humanidade com o meio ambiente, sob pena de não conseguirmos entregar um planeta saudável para as futuras gerações”, esclareceu Osmet Duk Filho, ao falar sobre o empenho da entidade para a realização do Fórum.?
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p style=”text-align: left;”>?Um exemplo da importância atribuída pela NCST ao Fórum está na delegação de dirigentes nacionais da central destacados para Manaus, entre os quais Sebastião Soares, diretor de Formação, e Sônia Zerino, secretária para Assuntos da Mulher, que agregaram conhecimento e experiência fundamentais ao adensamento dos debates em pauta.? Na questão dos direitos e do papel da mulher no mundo do trabalho e quanto ao meio ambiente, Sônia Zerino foi enfática ao ressaltar que os problemas são menos de ordem legal, e muito mais de ordem prática, ou seja, de cumprimento das leis que existentes.?

“A maioria absoluta dos direitos que reclamamos para as mulheres está assegurado legalmente, assim como boa parte dos deveres das empresas relativos ao trabalho decente e digno e à responsabilidade ambiental. É lógico que devemos sempre lutar em busca de mais direitos, mas não podemos descuidar da vigilância para que se cumpra o que está nas leis, pois isso já está consolidado formalmente como direito”, defendeu.

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p style=”text-align: left;”>?A Coordenadora do Departamento de Meio Ambiente e Amazônia, conselheira Cristina Palmieri, defendeu a necessidade de investimentos em ciência, inovação e tecnologia, sem o que, “não há como buscar um novo modelo de desenvolvimento sustentável econômico, inclusivo participativo e coletivo”…”

Crédito de carbono

Os participantes concluíram que com a venda de crédito de carbono, a floresta amazônica será mercantilizada. As mudanças climáticas e direitos humanos foram discutidos em plenária durante encerramento nesta sexta-feira (30) no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques.

Para pesquisadores e ambientalistas que participaram da mesa, não integrar a Amazônia no mercado de créditos de carbono é prioridade na agenda mundial de mudanças climáticas.

“Ficou claro que a sociedade civil não quer agregar valor financeiro à floresta. Esta foi uma das diretrizes mais importantes para o Governo, uma vez que os participantes da plenária demonstraram que não estão dispostos a fazer negociação de crédito de carbono”, comentou a titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas  (SDS), Kamila Amaral.

“A sociedade civil concorda que o estado deve proteger especialmente as populações tradicionais e povos indígenas, para que não corra o risco de realizar a venda de crédito de carbono”, complementou Amaral.

Comprar créditos de carbono no mercado seria o mesmo que comprar uma permissão para emitir gases de efeito estufa (GEE). O preço dessa permissão, negociado no mercado, deve ser necessariamente inferior ao da multa que o emissor deveria pagar ao poder público, por emitir GEE. Para o emissor, portanto, comprar créditos de carbono no mercado significa, na prática, obter um desconto sobre a multa devida.

Carta do Fórum

FSM BioNo final do  Fórum Social Mundial da Biodiversidade realizado em Manaus, os participantes elaboraram a Carta das Organizações e Movimentos Sociais defendendo a mudança de hábitos e destacando que o desafio ambiental hoje sem dúvida é comprometer o cidadão fazendo com que ocupe o seu espaço e sejam co-responsáveis por aquilo que está comprometido, através do conhecimento e da informação.

Leia a íntegra:

Carta dos participantes do Fórum Social Mundial da Biodiversidade FSMBio 2015

Manaus – Amazonas – Brasil

Organizações e Movimentos Sociais reunidos no Fórum Social Mundial da Biodiversidade em Manaus – Amazonas/Brasil, nos dias 26 a 30 de janeiro de 2015, dialogaram neste período temas como Agroecologia, Segurança e Soberania Alimentar, Trabalho Decente e Transição Justa: Meio Ambiente sob a perceptiva sindical; Bacias Hidrográficas como base de Planejamento; Mudanças Climáticas e Direitos Humanos;

Biodiversidade, Bioética e Um Outro Mundo é possível!

Objetivando a busca de entendimento da dimensão do desenvolvimento sustentável como estratégia de oportunidades.

Nossa civilização depende da mudança de hábitos e ações, direcionadas ao bem estar dos cidadãos, isso é viver pensando no presente e futuro. Modificar hábitos é difícil, todavia, temos que sensibilizar para que haja transformação e possamos ser mais felizes. O desafio ambiental hoje sem dúvida é comprometer o cidadão, fazendo com que ocupe o seu espaço e seja co-responsável por aquele que está comprometido, através do conhecimento e da informação.

A educação ambiental como um instrumento legal participativo de levar a sociedade a desfrutar de um mundo melhor, dando-lhe oportunidade de repensar a relação com valores inócuos que nos distanciam da felicidade e da paz. A legislação está posta, devemos tornar cada cidadão umobservador ético que conhece e fiscaliza as ações que compõem nosso cenário atual, exigindo das políticas públicas um resultado sustentável e que acompanhe as exigências da agenda local e global.

Agroecologia, Segurança e Soberania Alimentar

Políticas Públicas que garantam a procedência de alimentos saudáveis, a qualidade de vida na zona rural, principalmente para os jovens, para evitar o êxodo rural, o abandono das atividades agroextrativistas e da agrobiodiversidade, a perda dos conhecimentos tradicionais, a perda da conserva in situ, a perda da biodiversidade, ações que asseguram a consumação do germoplasma animal e vegetal, para garantir alimentação para as gerações futuras.

Valorizar, estimular e promover o acesso aos alimentos tradicionais e locais pelas populações e comunidades tradicionais  regional, para evitar o consumo de produtos industrializados maléficos à saúde humana (doenças crónicas) e do planeta (a exemplo do plástico e agrotóxicos).

Bacias Hidrográficas como Base de Planejamento

Promover educação ambiental permanente para as crianças, jovens e adultos, sobre a importancia das bacias hidrográficas como base para o planejamento das atividades humanas no campo e na cidade.

O movimento social precisa voltar a ocupar os espaços nas ruas, nos debates, nos fóruns, no campo e na cidade, para não permitir que os adeptos e favoráveis às políticas liberais e neoliberais ocupem este espaço e os espaços na governança do país no âmbito federal, estadual e municipal nos três poderes da federação (executivo, legislativo e judiciário).

O movimento social deve iniciar imediatamente uma campanha de defesa da proteção da qualidade, monitoramento e manutenção dos aquíferos e águas subterrâneas, tendo como destaque para o aquífero o Alter do Chão (Amazônia) e o Guarani, dentre tantos outros.

Trabalho Decente e Transição Justa: Meio Ambiente sob a perspectiva sindical

Assegurar rendimentos equitativos para mulheres e homens – políticas de promoção da igualdade e da justiça social para mulheres, negros, índios e outros grupos mais vulneráveis.

Colocar ênfase em políticas de formação e qualificação profissional para facilitar a transição de empregos e a empregabilidade.

Ampliar a proteçao social para o desenvolvimento sustentável – com mecanismos de proteção aos trabalhadores e suas novas formas de trabalho que fogem do padrão clássico da relação de emprego.

Mudanças Climáticas e Direitos Humanos

Conhecer as diversas facetas das Mudanças Climáticas e sua incidência nos Direitos Humanos é fundamental para discutir políticas públicas específicas, planejar ações e preparar pessoas e entidades para o futuro.

Garantir a qualidade da água, do ar e do solo e a biodiversidade é a necessidade de preservação e conservação desses recursos naturais e ambientais para as futuras gerações, e isto é urgente.

Biodiversidade, Bioética e Um Outro Mundo é Possível

A relação da Ética com a Biodiversidade deve ser construída com todas as diferenças de pensamentos que se contrapõe a governabilidade atual que manipula a biodiversidade, na acumulação de riqueza em poucas mãos, à custa da exclusão da grande maioria da população.

A Bioética deve estar assentada na responsabilidade de um novo modelo de relação com os recursos naturais e ambientais que se estende a todos os seres vivos e que contemple a preocupação com as futuras gerações.

Apoiamos todos os movimentos, reuniões, seminários e fóruns que aprofundem conhecimentos, articulem pessoas e entidades, em especial os Fóruns Sociais, destacando o deste ano na Tunísia em março; o de janeiro de 2016 em Porto Alegre e já convocando o segundo Fórum Social Mundial da Biodiversidade, para Manaus em janeiro de 2017

Manaus, 30 de janeiro de 2015


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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