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Uruguay: É necessário o segundo turno?

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Jorge Luna*

As pesquisas mostram que Tabaré Vázquez (esquerda) tem vantagem de 13 pontos percentuais sobre lacalle Pou. As pesquisas mostram que Tabaré Vázquez
(esquerda) tem vantagem de 13 pontos percentuais sobre lacalle Pou.

A previsível vitória eleitoral de Tabaré Vázquez, candidato presidencial do Frente Amplo, no governo, no segundo turno marcado para o próximo dia 30 no Uruguay, tem provocado questionamentos ao sistema eleitoral uruguaio.

Muitos duvidam da necessidade do segundo turno, quando todas as pesquisas dão mais de 13 pontos porcentuais de vantagem ao ex presidente (2005-2010) sobre seu rival, Kuis Lacalle Pou, do Partido Nacional de oposição.

O próprio Vázquez, em recente viagem pelo interior, disse tem recebido chamadas de vários países de quem não entendem como a Frente Ampla, que ganhou no primeiro turno a soma de todas as outras forças, deva ir para outra eleição.

Nas eleições de 26 de outubro, a Frente Ampla obteve quase 498 por cento dos votos enquanto o PN obteve 31, o Partido Colorado 12 e o Partido Independente três.

Sim, tem menos de 50 por cento, mas um candidato consegue dez pontos mais que o que está em segundo, para que um segundo turno?, perguntou Vázques.

Na Argentina, os que propõem a modificação argumentam que só ha segundo turno quando nenhuma fórmula obtêm os 45 por cento dos votos ou mais de 40 por cento com uma diferença de dez pontos em relação à segunda fórmula.

Três empesas de pesquisa coincidiram recentemente com que Vázquez conta com 52 por cento de intenções de votos, enquanto Lacalle Pou e seus aliados registram entre 35 e 39 por cento.

Processo muito longo

Além disso, o ciclo eleitoral uruguaio, que começou em junho com as eleiçoes internas nos partidos políticos e ainda não parou, é considerado muito longo.

Em 26 de outubro se realizou o primeiro turno para eleger presidente, vicepresidente, 30 senadores e 99 deputados, e faltam ainda vários dias para o segundo turno.

O novo Parlamento, com maioria da Frente Ampla na Câmara de Deputados e provavelmente também no Senado, assumirá no dia 15 de fevereiro e em primeiro de março o presidente José Mujica entregará o comando ao novo mandatário.

Logo, em 10 de maio, haverá eleições departamentais (estaduais) e municipais para eleger intendentes (governadores) dos 19 departamentos e também a 589 deputados estaduais, 112 prefeitos e 448 vereadores.

Uma das ideias sobre a eventual reforma eleitoral é unir em uma só jornada a eleição nacional e as departamentais e outra é postergar as departamentais até a metade do mandato presidencial.

O tema, em todo caso, implica uma reforma constitucional depois de um amplo debate político, posto que o atual sistema foi introduzido em 1996, também através de reforma da Constituição.

Consultados pelos meios locais, porta-vozes do PN, que tudo indica se manterá na oposição, não quiseram discutir as regras do jogo enquanto se está jogando.

*Luna é correspondente de PL em Montevidéu. Original da revista Orbe

 

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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