“É um cenário de incerteza, muitos desdobramentos possíveis, mas o que é certo é que será muito difícil para qualquer candidato, inclusive o vencedor, governar o país efetivamente. É um cenário muito fragmentado”, afirma Vanessa Martina-Silva, jornalista da ComunicaSul, sobre as eleições na Argentina.
Ela está no país vizinho para cobrir a disputa e nesta quinta-feira (19) participou de um debate na TV Fórum para falar sobre as expectativas do primeiro turno, que acontece neste domingo (22).
“Vale a pena destacar que na Argentina há uma politização e uma mobilização muito grande”, explica Martina-Silva. Por isso, apesar do susto nas prévias, em agosto, o progressismo retomou o engajamento para fazer Massa crescer.
Uma das táticas de seu partido, o União Pela Pátria, é conscientizar a população sobre os impactos do voto nulo, pedindo que, caso não gostem de nenhum candidato, que não vá às urnas.
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Segundo Martina-Silva, há real possibilidade de que as articulações deem resultado e Massa vença as eleições: “Pode haver um fenômeno, e vai ser muito importante para a esquerda no segundo turno se isso acontecer”, diz.
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Imagem: Captura de Tela/TV Fórum
“Se tirarmos toda a excentricidade do Milei, o discurso é o mesmo", diz Vanessa Martina-Silva sobre Milei e Bullrich
Questionada sobre o que esperar do segundo turno, a jornalista explica que numa eventual contenda entre Massa e Milei, é mais provável que os votos de Bullrich vão para o candidato fascista:
“Se tirarmos toda a excentricidade do Milei, todos os absurdos e falas de extrema-direita, o discurso é quase o mesmo”, observa. “O eleitor não vai ver muita diferença”, acrescenta.
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Vanessa Martina-Silva pontua ainda recentes polêmicas da campanha Milei, como ameaças de romper a relação da Argentina com o Vaticano e declarações, do próprio candidato, de que o transporte por trem do país era melhor quando administrado pelos ingleses:
“Aqui existe um ódio em relação aos ingleses porque eles roubaram parte do território argentino, que são as Malvinas”, detalha Vanessa. Por isso, a fala do candidato pegou muito mal: “Isso fere o sentido patriótico, a identidade do argentino”, assinala.
Na entrevista completa com Vanessa Martina-Silva, você confere mais detalhes sobre a disputa. Confira:
E para saber mais sobre a disputa eleitoral no país, confira nossa editoria especial: Eleições na Argentina.
Sonia Maria e Guilherme Ribeiro | Diálogos do Sul
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