As eleições presidenciais, legislativas e o referendo constitucional previstos para novembro e janeiro no Haiti foram adiadas para uma data indefinida, depois da dispensa, na segunda-feira (4), de membros do corpo eleitoral por parte do governo, mergulhando ainda mais o país na crise.
Desde sua nomeação em 2020 pelo presidente Jovenel Moise, assassinado em 7 de julho em sua residência por um comando armado, os nove membros do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) foram muito criticados pela oposição e membros da sociedade civil.
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Depois de ter elaborado vários calendários eleitorais durante o ano, o CEP fixou a data de 7 de novembro para a organização do primeiro turno da eleição presidencial e das legislativas, assim como de um referendo constitucional.
Os segundos turnos das eleições estavam previstos para 23 de janeiro de 2022, junto com eleições municipais e locais.
Mas o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou segunda-feira a dispensa dos membros do CEP no diário oficial, e a nomeação de um novo conselho, sem definir uma data clara.
O assassinato de Moïse em julho ampliou bruscamente a crise institucional em que há anos está mergulhado o Haiti.
Antes de sua morte, o mandatário era criticado por não ter organizado eleições desde que assumiu, em fevereiro de 2017.
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Devido à falta de eleições, o Parlamento haitiano não tem deputados desde janeiro de 2020, e só 10 dos 30 senadores — cujo mandato termina em fevereiro de 2023 — ainda conservam o cargo.
A ausência de uma agenda eleitoral debilita a classe política, desorganizada e dividida, enquanto o país encara uma profunda crise humanitária e de segurança.
Foto: Gleilson Miranda/Secom Acre
O assassinato de Moise em julho ampliou bruscamente a crise institucional em que há anos está mergulhado o Haiti.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 3.500 haitianos foram expulsos para seu país de origem, nos últimos dez dias, pelos serviços migratórios dos Estados Unidos
Estas expulsões massivas e sem precedentes entre os dois países ocorrem depois que dezenas de milhares de migrantes, em sua maioria haitianos, se aglomeraram sob uma ponte na fronteira entre o México e o Texas.
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Empobrecidos por de meses de périplo pelo continente americano, os refugiados voltam, depois de anos de exílio, a um país carcomido pela insegurança.
As gangues, que controlam há anos os bairros mais pobres da capital, estenderam seu poder para uma boa parte de Porto Príncipe, onde realizaram uns 20 sequestros nos últimos dias.
Tradução de Ana Corbisier
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