Conteúdo da página
ToggleO governo venezuelano interpôs ação contra o governo de Donald Trump no Tribunal Penal Internacional, solicitando formalmente o início de uma investigação sobre crimes de lesa-humanidade.
A Chancelaria venezuelana argumenta que a população de seu país é prejudicada em seus direitos humanos pelas medidas coercitivas unilaterais impostas por Washington desde 2014, informa Prensa Latina.
“A Venezuela é um Estado Parte do Estatuto de Roma e temos não apenas o direito, mas também a obrigação e a responsabilidade de proteger nosso povo (…). Denunciamos essa modalidade de uso da força na economia, esse modo de guerra que gera morte e destruição na Venezuela. Coletivamente, devemos parar com a barbárie da elite que governa os Estados Unidos”, disse o chanceler Jorge Arreaza.
Entre os anos de 2015 e 2019, o governo dos EUA decretou mais de 350 medidas coercitivas unilaterais contra a Venezuela, que afetam o funcionamento normal de sua economia e dificultam a prestação de serviços públicos no país, além de serem contrárias à Carta das Nações Unidas e ao Direito Internacional.
Por sua vez, essas medidas geraram violações graves e maciças dos direitos humanos dos cidadãos e prejudicaram intencionalmente seu direito à vida, à integridade pessoal e à saúde, o que constitui um crime contra a humanidade, de acordo com o artigo 7 do Estatuto da Roma do Tribunal Penal Internacional.
Ministério das Relações Exteriores da Venezuela
O chanceler denunciou também que os grandes meios de comunicação são utilizados como armas ao noticiar fatos inexistentes
Venezuela qualifica medidas de EUAs consequências das medidas coercitivas de Estados Unidos são crimes de lesa humanidade que violam o direito internacional, afirmou hoje o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza.
Medidas buscam derrubar governo venezuelano
Em coletiva de imprensa, depois de protocolar a demanda, Arreaza assegurou que as agressões da administração estadunidense contra a nação bolivariana têm como fim político forçar uma mudança de governo pela via inconstitucional.
Afirmou também que a denúncia está devidamente sustentada, com análise de especialistas estrangeiros, e dividida em diferentes setores, afetados pelas medidas coercitivas e unilaterais.
“Temos o direito, a obrigação e a responsabilidade de proteger a nosso povo, de acordo com os princípios da Carta de Nações Unidas” declarou.
Afronta ao direito internacional
O chanceler ressaltou que mais de 35 resoluções da Assembleia Geral da ONU qualificam as medidas coercitivas unilaterais como ilegais e constituem “uma sentença de morte para o povo venezuelano”.
De acordo com o chefe da diplomacia da nação bolivariana, estas agressões são armas de destruição em massa, que só podem ser vencidas através de uma ação multilateral.
O chanceler denunciou também que os grandes meios de comunicação são utilizados como armas ao noticiar fatos inexistentes.
Rede de proteção
Por outro lado, Arreaza informou que apesar das criminosas medidas e das dificuldades impostas o povo venezuelano está sendo protegido graças à políticas de Estado que determinam a aplicação de 75% do orçamento nacional à saúde, educação, alimentação, saneamento e transporte.
A mais recente ação da administração de Donald Trump foi a inclusão de 40 aviões do Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa) na lista de empresas sancionadas pelo Departamento do Tesouro estadunidense através do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros.
Como justificativa, o Governo estadunidense afirmou que o presidente Nicolás Maduro utiliza a Conviasa para promover sua própria agenda política, incluído o translado de servidores públicos a países como a República Popular Democrática de Coreia do Norte, Cuba e Irã.
*Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
**Tradução: Beatriz Cannabrava
Veja também