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Não há espaço para passividade na UNE, somos rebeldes consequentes, afirma nova Presidenta

Manuella Mirella conversou com Paulo Cannabrava Filho sobre seu novo mandato e como a juventude se articula na luta pela educação
TV Diálogos do Sul
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Nesta terça-feira (25), o Dialogando com Paulo Cannabrava Filho recebeu Manuella Mirella, a nova Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), para um rico bate-papo sobre o que esperar da liderança e da batalha pela educação brasileira.

Segundo Mirella, a organização foi fundamental na derrota de Bolsonaro nas ruas, nas redes e nas urnas, tendo se levantado contra o desgoverno e os ataques à Educação até mesmo durante a pandemia, dentro de casa: “A passividade não nos cabe, somos rebeldes consequentes, essa é uma característica fundamental da UNE”, explica.

A estudante foi enfática ainda ao lembrar que a União nunca abandonou a mobilização, convocando inúmeros atos em todo o país. A líder também garantiu que o embate vai se manter firme: “Nossa luta une estudantes, professores e trabalhadores para defender a universidade e o Brasil”, acrescenta.

Nova presidência

Durante os dias 12 a 16 desse mês, aconteceu em Brasília o 59º Congresso Nacional da UNE (CONUNE), evento que, nesta edição, recebeu cerca de 10 mil estudantes oriundos dos quatro cantos do país para participarem de cinco dias de uma programação extensa que incluía debates, atos, encontros, atividades culturais e a eleição da nova direção da entidade. O espaço, que não ocorria presencialmente desde 2019, representou um marco na reorganização do movimento estudantil nacionalmente, como o primeiro congresso pós-pandemia. Nesse contexto, a conjuntura, que se alterou de diferentes formas nesse período, exige da entidade uma reorientação tática, com vistas a garantir a mobilização, organização e vitórias para a juventude trabalhadora.

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No que toca à eleição, com cerca de 74,3% dos votos, de um total de 6.180, a ex-diretora de comunicação, Manuella Mirella, foi eleita a nova presidente da UNE até o próximo congresso, a ser realizado em 2025. A militante é estudante de engenharia ambiental da FMU e representa a chapa intitulada “Coragem e unidade: nas ruas para reconstruir o Brasil”, que aglutina a União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, e também outros movimentos.

Pela primeira vez na história dos 85 anos da entidade, a liderança passa de uma mulher negra, a nortista Bruna Brelaz que encerrou sua gestão, para outra, a ex-diretora de Comunicação da entidade.

A eleição de Manuella Mirella confirma, mais uma vez, a hegemonia histórica do PCdoB no comando da UNE. O partido lidera a entidade desde o ano de 1991, quando estourou no país o movimento “Fora, Collor”. A organização estudantil existe desde dezembro de 1938 e se consolidou, ao longo das décadas, como a instituição máxima de representação dos estudantes e de sua agenda.

Redação Diálogos do Sul
Com informações de UNE e Brasil de Fato


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
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