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Vietnã moderno? Venezuela é último marco da decadência dos EUA como potência

Maduro joga suas cartas geopolíticas em acordos com Rússia, China, Irã, Turquia e Índia bloqueando, desta maneira, os sonhos hegemônicos dos Estados Unidos
Cícero
DS
Buenos Aires

Tradução:

Desde que Nicolás Maduro ganhou as eleições livres e democráticas em 2018 — que contaram com a participação da parte opositora que crê nos direitos democráticos do povo venezuelano — os Estados Unidos têm tentado derrubar o governo bolivariano de diversas formas.

Entre elas, estão:

1)   o bloqueio de todas as rendas fruto da extração e exportação de petróleo;

2)   a amarga beligerância opositora no Parlamento, paralisado há quase 20 meses;

3)   a aparição da invenção “Juan Guaidó”, que se autoproclamou presidente interino, em franca contradição com as normas que regulamentam o funcionamento do Parlamento e o que dispõe a Constituição do Estado nacional bolivariano;

4)   as viagens de Guaidó ao exterior sem autorização do Parlamento nacional, uma vez que é presidente da Assembleia Nacional, utilizando em suas quase 90 turnês fundos que não foram justificados;

5)   o apoio de um setor da política dos Estados Unidos, graças à gestão de Lilian Tintori, esposa do opositor Leopoldo López — atualmente em prisão domiciliar, com pena ratificada — e seu amante, o senador estadunidense Marco Rubio; 

6)   o apoio do principal agrupamento anti cubano com sede em Miami;

7)   a ameaça de invasão dos EUA.

Diante dos fatos que mostram Trump bem perto de trabalhar em uma nova versão de O Crepúsculo dos Deuses, Maduro joga suas cartas geopolíticas em acordos com Rússia, China, Irã, Turquia e Índia, bloqueando, desta maneira, os sonhos hegemônicos dos Estados Unidos e demonstrando que a Venezuela não é o quintal de ninguém.

Maduro joga suas cartas geopolíticas em acordos com Rússia, China, Irã, Turquia e Índia bloqueando, desta maneira, os sonhos hegemônicos dos Estados Unidos

Mediun
Nicolás Maduro

A grave advertência dada pela Rússia à Colômbia para que esta evite executar ações contra o Estado venezuelano demonstra que as bravatas de Trump e seus sequazes funcionários de governo lhe são onerosas politicamente.

A população estadunidense tem se dado conta da situação: a Venezuela não é o Vietnã e nem a Síria, é um vizinho próximo. É, na realidade, o sinônimo de uma América Latina orgulhosa, descendente de Simón Bolívar, San Martín, José Artigas e todos esses patriotas que nos precederam e marcaram nossos passos.

Hoje a Venezuela tem os mais modernos sistemas de defesa que Rússia e Irã cederam ao governo de Nicolás Maduro. Hoje, aqueles particulares chapéus de palha dos vietcongues foram substituídos por mísseis e armamento eletrônico.

Soma-se a isso a rebelião dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) contra a pretensão de Trump de dirimir em tribunais dos EUA as controvérsias que ocorrem entre eles.

Como resultado, a aventura que supostamente Trump tinha planejada para a Venezuela se transformou-se, entre outras coisas:

–       Na adoção de Yuang petroleiro e o ouro petroleiro em substituição do dólar petroleiro.

–       Na derrota geopolítica de Trump e no começo, muito provável, de uma decadência dos EUA como potência hegemônica ocidental.

A história julgará os responsáveis pelas agressões à Venezuela. Nos EUA as urnas já demonstraram o grande descontentamento da população, o que já se sente a aprovação de políticos como Bernie Sanders, entre outros. 

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Cícero

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