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Vox associa esquerda a narcotráfico, ataca Brasil e promete hostilizar América Latina

Líder da sigla de ultradireita diz ainda que, se eleito nas eleições de domingo (23), vai fixar postura beligerante contra o Grupo de Pueblo e Foro de SP
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Em um dia importante para as relações entre a União Europeia e América Latina, com a cúpula multilateral em Bruxelas, o candidato e máximo dirigente do partido de extrema direita Vox, Santiago Abascal, arremeteu contra todos os governos de esquerda latino-americanos, além do Grupo de Puebla e do Foro de São Paulo, aos quais chamou de cartéis de comunistas e narcotraficantes. 

No caso do triunfo do bloco da direita nas eleições gerais do próximo domingo (23) na Espanha, o Vox confirmou que tentará impor sua agenda em política exterior, na qual defende a beligerância diplomática e política contra países que tenham no governo formações políticas de esquerda, como México, Colômbia, Chile, Brasil, Cuba e Venezuela.

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Em um café da manhã informal organizado pela agência Europa Press, o líder da formação ultra respondeu às perguntas dos representantes de meios de comunicação que não são habituais em seus atos eleitorais, por estarem afastados de seus postulados ultraconservadores.

Abascal compareceu rodeado de membros de seu círculo mais próximo, procedentes de agrupações nostálgicas do franquismo como Falange Espanhola, ultra católicas como o Opus Dei e o Yunque, o qual tem suas raízes no México e vínculos com o Partido Ação Nacional (PAN).

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Durante o ato, falou de política espanhola, dos futuros pactos que se abrem após as eleições e de política exterior. À pergunta do La Jornada sobre o conteúdo de seu programa eleitoral, no qual se anuncia que empreenderá ações diplomáticas imediatas contra os governos de esquerda na América Latina que fomentam a lenda negra espanhola na Conquista, ou simplesmente porque falam mal da Espanha e dos espanhóis, Abascal respondeu: “Eu creio que a democracia está se degradando na América espanhola. E de um ponto de vista mais amplo também na América Latina, e me refiro ao Brasil. Assim que eu creio que temos o dever de apoiar os opositores que acreditam na democracia e não aqueles que atacam a divisão de poderes ou que ameaçam o promotor-geral, como acaba de ocorrer na Colômbia”. 

Ao se referir ao governo de Gustavo Petro na Colômbia, o dirigente de ultradireita mencionou: o que não pode ser é que uma nação como a Colômbia, que neste momento está governada por um senhor que teve relação com o terrorismo, insulte a Espanha. E que venha aqui e lhe ponham tapete vermelho no Congresso dos Deputados depois de atacar a Espanha e sua história de maneira tão clara.

Líder da sigla de ultradireita diz ainda que, se eleito nas eleições de domingo (23), vai fixar postura beligerante contra o Grupo de Pueblo e Foro de SP

Reprodução/Twitter
Abascal: "Eu creio que a democracia está se degradando na América espanhola. E de um ponto de vista mais amplo também na América Latina"

No caso de formar parte do governo de coalizão com o direitista Partido Popular, Vox tentará que seja prioridade fixar uma postura beligerante contra o Grupo de Puebla – integrado por formações de esquerda do México, Colômbia, Bolívia, Chile, Equador, Costa Rica e República Dominicana – e contra o Foro de São Paulo, órgão similar, mas impulsionado pelo Brasil, no qual também estão agrupações de esquerda da região.

Abascal explicou a esse respeito: nossa posição é a de construir uma alternativa aos grupos de Puebla e São Paulo, que são cartéis de comunistas e de narcotraficantes. Nós pensamos que temos o dever de defender toda essa gente da América Latina que acredita na liberdade, na democracia e que está espantada com o socialismo e com o comunismo.

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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