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Toggle* Atualizado em 25/04/2022 às 16h05.
Em 25 de abril de 1974, há exatos 48 anos, ocorria em Portugal a chamada Revolução dos Cravos
Esse movimento, com participação de vários setores da sociedade portuguesa, resultou no fim do regime ditatorial salazarista e da guerra colonial portuguesa e, consequentemente, na proclamação de independência de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé do Príncipe.
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Por conta disso, decidimos resgatar uma entrevista com uma das principais lideranças da Revolução dos Cravos, o Almirante Rosa Coutinho.
Nessa entrevista, o Almirante Rosa Coutinho fala sobre a Revolução Portuguesa e o processo de descolonização africana.
Para o militar, o movimento de 25 de abril, tinha como um dos principais objetivos, além de derrubar o regime fascista, dar fim às guerras coloniais.
O entrevistado aborda temas como democracia, comparação de Portugal com outros países da Europa, imperialismo, o papel das forças armadas na revolução portuguesa, a possibilidade do socialismo no país e, principalmente, a situação em Angola.
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No caso dessa ex-colônia portuguesa em África, é dito sobre os desafios que o processo de independência angolano enfrenta por causa dos interesses estrangeiros no território e dos grupos oposicionistas ao MPLA.
Nesse sentido, vamos colocar um pequeno trecho da fala do Almirante Rosa Coutinho e, no final da postagem, um link para a edição da Revista com a entrevista completa.
Arquivo Cadernos do Terceiro Mundo
O movimento do 25 de Abril teve como objetivo principal – e determinante – dar fim às guerras coloniais
Almirante Rosa Coutinho
Devo dizer-lhes que a minha opinião, desde sempre a mesma de outros que analisam a revolução portuguesa – é que o movimento do 25 de Abril teve como objetivo principal – e determinante – dar fim às guerras coloniais, encontrando para elas uma solução política.
Esta resolução é, realmente, a que marca o movimento desde o seu início e é aquela que consegue traduzir e consagrar toda a opinião pública portuguesa.
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Portanto, há que reafirmar mais uma vez que, embora aparecendo aos olhos do mundo como uma revolução destinada a derrubar o fascismo português, a queda desse regime aparece como necessário para dar fim às guerras coloniais.
E é por isso mesmo que a opinião unânime do povo português se congrega imediatamente à volta dos objetivos da revolução do 25 de Abril.
As guerras coloniais duravam, como sabem, há quase treze anos, com incidência principal na Guiné, Angola e Moçambique, e cada vez mais se verificava que elas não apresentavam solução.
Cada vez mais se patenteava que a teimosia dos governantes fascistas só podiam conduzir esse país à ruína. E ainda: cada vez mais, tanto o exército como o povo verificavam que os objetivos para os quais esta guerra era conduzida não serviam os interesses de Portugal.
De uma maneira geral se pode dizer que o colonialismo português era um colonialismo intermediário.’’
Gabriel Rodrigues Farias, dos Cadernos do Terceiro Mundo especial para Diálogos do Sul
Fonte:
‘’O M.F.A e a transferência de poder aos trabalhadores’’, entrevista com o Almirante Rosa Coutinho por equipe Cadernos do Terceiro Mundo
TERCEIRO MUNDO. Lisboa: Tricontinental Editora, Lda., ano 1, n. 1, dez. 1975, p. 18-27.
Link para a entrevista completa: http://repositorio.im.ufrrj.br:8080/…/CTM…
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