11° Congresso da Fepal elege nova direção rumo ao fortalecimento do movimento palestino

11° Congresso da Fepal aconteceu de 20 a 22 de novembro, em São Paulo. “Vamos nos organizar, porque a Palestina precisa de nós”, afirma o presidente reeleito, Ualid Rabah

23 de setembro de 2024
às 15:57

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Terminou neste domingo (23) o 11° Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), com eleição de nova direção para o próximo quadriênio 2024-2027.

Reunidos na Sala Azaleia do Hotel Panamby, na Barra Funda, em São Paulo, os mais de 220 delegados e observadores inscreveram-se e depois foi realizada a votação. Tanto os delegados quanto os observadores tiveram direito de voto.

Esse não foi o primeiro congresso que Hyatt Omar, de 26 anos, participou, mas foi o primeiro em que ela pôde depositar o seu voto. Segundo ela, esse processo “é importante, porque a gente se sente participante, sentimos que nós estamos fazendo o nosso papel e nos sentimos pertencentes à comunidade”.

Por sua vez, Jumah Laila, de 87 anos, participou de todos os 11 congressos da Fepal, desde o primeiro, em 1980. Devido à perseguição aos movimentos progressistas, a ditadura militar proibiu que o congresso de fundação da Fepal ocorresse em 1979, mas a comunidade conseguiu realizá-lo no ano seguinte. E lá estava Jumah.

“Nós acompanhamos o progresso, a ética e a prática. Este congresso foi bem organizado, bem coordenado, abrangente e atendeu a todos os objetivos”, diz ele. “Se Deus quiser, vou participar do próximo.”

A nova direção, organizada sob a chapa única “Unidade palestina em tempos de genocídio”, foi eleita de forma unânime, com todos os delegados e observadores levantando seus crachás, não recebendo nenhum voto contra e nenhuma abstenção.

O atual presidente da Fepal, Ualid Rabah, foi eleito para um novo mandato e em sua fala assumiu o compromisso de elevar a um novo nível a organização da comunidade brasileiro-palestina em sua luta histórica, desde a diáspora, pela libertação da Palestina.

“Temos o compromisso de reorganizar as comunidades palestinas (e por isso criamos uma secretaria para isso), reinstitucionalizá-las, e criar um grande movimento palestino fortemente institucionalizado”, declarou ao público o presidente reeleito.

Segundo ele, a Fepal será uma “ferramenta, a partir desta diáspora, de aniquilamento da pior ideologia da história humana, a do maldito genocídio que tenta exterminar a Palestina”. Ele continuou: “nós temos o compromisso com a libertação da Palestina a partir daqui, de levar a mensagem palestina do parlamento e calar aqueles que lá defendem o genocídio, de calar a Globo e os veículos de comunicação hegemônicos, os quais já estamos calando”.

Ao declarar que “vamos nos organizar, porque a Palestina precisa de nós”, Rabah garantiu que a nova direção nunca se dobrará ao sionismo, “nem a seus capachos”.

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E, em um dos momentos mais emocionantes do encerramento, foi ovacionado ao assegurar: “fico orgulhoso de ser o presidente de vocês. A coisa que me faz mais feliz é estar com esta comunidade. Eu não gostaria de estar em nenhum outro lugar neste planeta que não seja estar aqui com vocês. Eu quereria deixar de existir se um dia precisasse não estar mais com vocês.”

Fátima Ali, reeleita vice-presidenta da Fepal, não conseguiu segurar a sua emoção e por isso só pôde declarar à nossa reportagem apenas esta frase: “nós honramos o povo palestino”. O que valeu por uma palestra inteira e resumiu muito bem o sentimento das centenas de presentes.

Algo semelhante declarou o Embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, ao receber uma placa entregue pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo ao Sindicato dos Jornalistas da Palestina. “Vocês demonstraram o espírito do povo palestino”, afirmou.