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Tomás Vodanovic (Foto: Reprodução / Facebook)

Prefeito de esquerda reeleito com 70% no Chile é nome forte para presidência em 2025

Tomás Vodanovic foi reeleito no município de Maipú e foi um grande triunfo da coalizão de Boric em meio ao avanço da direita nas eleições realizadas no último domingo (27) no Chile
Aldo Anfossi
La Jornada
Santiago del Chile

Tradução:

Ana Corbisier

Cifras preliminares das eleições municipais e de governadores realizadas no Chile no último final de semana mostram resultados mistos tanto para o governo de centro-esquerda quanto para a oposição de direita, que parecia ter uma leve vantagem na conquista das prefeituras.

Com 84% das urnas apuradas, a coalizão de direita Chile Vamos tinha 35,9% dos votos, o governista reunido na coalizão Contigo Chile Melhor somava 31,9%, enquanto as candidaturas independentes chegavam a 29,3%, o que lhes permitia alcançar 101 prefeituras.

Quanto à disputa pelas 16 governanças regionais, só em cinco houve resultados definitivos, em quatro das quais triunfou a centro-esquerda. Nas 11 restantes haverá segundo turno em um mês, pois nenhum dos candidatos alcançou os 40% necessários para ser eleito em primeiro turno.

Atualmente, o governo controla 15 das 16, um resultado que, sem dúvida, não se repetirá.

Governo em desvantagem

Na disputa pelas 345 prefeituras do país, com 84% das urnas apuradas, o governo perdia 40, passando de 150 sob seu controle para 111.

A centro-esquerda sofreu derrotas significativas, como, por exemplo, na emblemática comuna de Santiago, onde a prefeita comunista Irací Hassler (28,4%) perdeu categoricamente a reeleição para o ex-policial e ex-ministro Mario Desbordes (51%).

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O contraponto disso ocorreu no município de Maipú, próximo a Santiago, onde o jovem prefeito da Frente Ampla, Tomás Vodanovic, de 34 anos, conseguiu ser reeleito com mais de 70% dos votos, um resultado que, segundo analistas, claramente o projeta como uma figura presidencial para 2025.

Mas ele rejeita categoricamente essa possibilidade, priorizando: “meu compromisso é ficar pelos próximos quatro anos trabalhando pelos meus vizinhos, não vou cometer nenhuma falta de respeito”, disse na noite de sábado (26).

Oposição e surpresas

Quanto à oposição, os resultados disponíveis indicam que aumentará de 87 para 120 sua participação nos governos municipais.

Uma das grandes surpresas da noite ocorreu no município santiaguino de Las Condes, o mais rico do país, onde a ultradireitista Marcela Cubillos Segal sofreu uma inesperada derrota frente a uma candidata da direita liberal, Catalina San Martín (39,9%), que a derrotou contra todas as expectativas por uma estreita vantagem de 0,8 pontos.

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Cubillos, clara favorita até há um mês, ficou no centro de um escândalo quando foi revelado que, com pouquíssimas horas como docente e sem nenhum trabalho acadêmico relevante, inclusive vivendo no exterior, recebia um salário equivalente a cerca de 20 mil dólares mensais de uma universidade, uma remuneração muito acima da média de acadêmicos e reitores. Ela, que parecia se projetar como possível candidata à presidência, pagou o preço pela soberba com que defendeu receber tal quantia.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Aldo Anfossi

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