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Editorial | Junho não é igual a junho

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Muitos estão reclamando da ausência de gente nas ruas, principalmente jovens, tal como em junho de 2013.

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Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai, viveram um período de governos qualificados como progressistas. Hoje, só Bolívia, Uruguai e Venezuela continuam tentando se manter nessa linha.

Para a direita, a culpa por tudo o que está a ocorrer que tipifica a situação de crise, é do PT, é do Foro de São Paulo. Contudo, conhecendo a história e observando os fatos, os verdadeiros responsáveis foram os dez anos de “fernandato”: dois anos de Fernando Collor e oito anos de Fernando Henrique. Foram eles que iniciaram a entrega do comando da economia ao capital financeiro e a entrega da soberania às transnacionais

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Os demais só seguiram a partitura, o que os fazem cúmplices, corresponsáveis.

A conjuntura econômica em 2013 era bem diferente da de 2018. Em junho de 13, havia uma taxa de crescimento estável em torno de 3%; taxa de desemprego de 5,8%, descendente, e para confirmar, uma taxa de aprovação de 63%.

Jovens foram mobilizados para ocupar as ruas em protesto contra o aumento das passagens dos transportes coletivos. Uma reivindicação muito justa, já que é um direito. Tão justa como a dos caminhoneiros que pararam em protesto contra os altos preços dos combustíveis, dos pedágios e da péssima condição das estradas.

Muita gente se perguntou: por que não há ocupação das ruas contra o aumento dos combustíveis? Diesel e gasolina refletem no preço de quase tudo que se consome, e o gás de cozinha na bolsa da dona de casa. Seria por que ninguém insufla?

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Porém, eis que de repente, em 2013, a coisa se transformou em manifestação política contra o governo, ao qual se juntaram coxinhas, direitosos frustrados e recalcitrantes e fascistóides e praticamente não houve repressão. Em 2018, contra os caminhoneiros, colocaram as forças armadas e as polícias militares.

Em junho de 2018, a taxa de crescimento, depois de repetidos índices negativos, não consegue se manter sequer em 1%, descendente; a taxa de desemprego em torno de 14%, ascendente, e, para desespero dos responsáveis por esse descalabro, taxa de reprovação superando os 80%.

No começo de junho, caminhoneiros fizeram uma greve contra a alta do preço do diesel | Foto: Reprodução/ Facebook

Por que será que o movimento de rua, em protesto contra o governo, não se repete, sendo hoje a situação mais crítica do ponto de vista econômico e social?

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Na época, das manifestações de 2013, Diálogos do Sul mostrou coincidências com a Primavera Árabe e denunciou que o que moviam, por trás dos bastidores, eram forças contrárias à soberania nacional. Serviços de Inteligência estrangeiros recrutando e financiando brasileiros deslumbrados para fazer o jogo de seus interesses.

Tudo isso ficou claro e confirmado com as denúncias do Wikileaks de que a NSA espionava a Petrobras e a própria Presidência da República, e a CIA cumpria também seu papel junto às forças policiais e de inteligência locais.

Hoje, os deslumbrados já não protestam porque não interessa incomodar esse governo que tão bem vem executando a estratégia estadunidense de implantação do caos.

E, por que a chamada esquerda não ocupa as ruas em protesto, ou para tentar colocar fim a sangria desatada que poderá levar a completa colonização do país?

Pensará, por acaso, que poderá reverter essa caminhada para o abismo, através das eleições de outubro?


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Revista Diálogos do Sul

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