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As notícias do mundo vistas pelo ângulo do Sul
O mundo é muito maior do que aquele que sai no jornal. Num planeta cada vez mais integrado por tecnologias de comunicação e transmissão de dados, parece que apenas poucas pessoas e poucos países têm importância para a mídia, e grandes áreas do globo ficam excluídas das notícias do dia-a-dia. Curiosamente, são muitas das nações mais pobres, do chamado Sul Global (já que não se fala mais em “Terceiro Mundo”), que têm problemas e desafios semelhantes aos da nossa realidade. Será que não há o que noticiar sobre eles? Ou será que as práticas e técnicas da cobertura internacional na grande mídia estão confortavelmente viciadas em falar apenas dos países ricos, reforçando a ideia de que eles são “mais importantes” que os outros?
Para ensinar uma nova maneira de noticiar o mundo, o Espaço Cultural Diálogos do Sul oferece o Curso de Jornalismo Internacional Alternativo, voltado para jornalistas, estudantes, militantes da comunicação alternativa e ativistas de movimentos sociais e ONGs.
Além de Comunicação, estudantes e profissionais de áreas como Relações Internacionais, Ciências Sociais, Geografia e carreiras afins também são bem-vindos.
As aulas vão aliar teoria e prática, tanto discutindo conceitos necessários para a compreensão do papel global do jornalista (fluxos Sul-Sul, alteridade, agendamento) quanto exercitando a construção de textos, edição e planejamento de comunicação no contexto contra-hegemônico. Usando material didático exclusivamente desenvolvido, o curso apresenta o cenário mundial da mídia, os fundamentos da política internacional e das diferentes realidades regionais, e ainda as fontes de informação em outros países para fugir da dependência em relação aos canais tradicionais, como redes de conglomerados e agências de notícias dos países ricos.
Além disso, os alunos aprendem a usar as ferramentas disponíveis na Internet e nos aplicativos móveis para obter informações e enriquecer o conteúdo que produzem com ilustrações e contextualização – o que é especialmente importante quanto se trata de lugares que pouca gente conhece.
Ao final, cada aluno deverá ter uma visão completa da área, desde o trabalho editorial específico de Inter até os problemas intrínsecos e como contorná-los, tendo a produção da mídia corporativa hegemônica como referência para a crítica, e explorando as potencialidades da mídia alternativa, especialmente das novas linguagens e das novas tecnologias, para uma nova práxis jornalística na cobertura sobre o exterior. Em outras palavras, o Curso de Jornalismo Internacional Alternativo irá explicar não apenas como se faz, mas também como fazer diferente. Porque não é que o mundo tenha poucas notícias: são os jornais que publicam sempre as mesmas.
SERVIÇO
CURSO DE JORNALISMO INTERNACIONAL ALTERNATIVO
ONDE:
Espaço Cultural Diálogos do Sul
Beco do Bragança, 18 / 11º andar – Centro
Rio de Janeiro, RJ
QUANDO:
De 10 de setembro a 3 de outubro
HORÁRIO:
Terças e quintas, das 8h às 10h (manhã)
INVESTIMENTO
A matrícula + custeio do curso é de R$ 380,00 por aluno, que pode ser pago à vista ou por depósito. O valor inclui as aulas, atendimento remoto por e-mail (para dúvidas, correções, etc.) e o material didático (digital). Estudantes universitários (de qualquer área) têm 50% de desconto, mediante comprovação de matrícula ativa.
EMENTA:
Jornalismo Internacional: definição e breve histórico. A mediascape global: principais veículos estrangeiros da mídia corporativa e da mídia alternativa. O trabalho na área: rotinas, funções e técnicas da cobertura sobre o exterior. Noticiário internacional: problemas, temas recorrentes & questões globais. Fluxos de informação Sul-Sul. Prática alternativa: da construção da notícia à publicação: uso de tecnologias digitais para produzir um noticiário contra-hegemônico sobre o mundo. Novas linguagens.
DESTAQUES:
O curso vai abordar, entre outros tópicos:
• a especialização em jornalismo internacional no mundo da comunicação em redes;
• planejamento editorial para cobertura internacional em jornais, sites e blogs independentes, de ONGs, movimentos sociais e terceiro setor;
• uso de mídias sociais e novas tecnologias de informação e comunicação para obter informação de outros países;
• os principais veículos e órgãos de mídia alternativa do mundo;
• elementos básicos de geopolítica e política internacional, especialmente sobre países em desenvolvimento;
• os conceitos de fluxo de informação Norte-Sul e Sul-Sul;
• dicas de texto e edição para escrever notícias sobre outros países.
DINÂMICA:
• As aulas são presenciais.
• O curso terá uma apostila digital que inclui textos para leitura e discussão em aula, além de um guia de consulta e outras informações úteis para a prática profissional na área.
• As aulas serão ilustradas com apresentações multimídia, navegação online, exemplos de noticiário do dia e práticas de uso das tecnologias digitais para o trabalho jornalístico.
• Os alunos que tiverem seus próprios equipamentos portáteis (tablets, notebooks, netbooks) podem trazê-los à aula para acompanhar melhor a apostila e os exemplos.
• Todos os exercícios serão entregues por e-mail para que possam ser avaliados antes da aula seguinte.
• Conteúdo complementar à aula, como outros exemplos, será enviado por correio eletrônico. Aconselha-se aos alunos checar sua correspondência de e-mail regularmente.
• O curso emitirá o certificado de conclusão para todos os alunos que tenham comparecido a mais da metade das aulas.
EQUIPE:
Coordenação/Supervisão: Beatriz Bissio* (Profª.Dra., IFCS/UFRJ)
Instrutor: Pedro Aguiar* (Prof.Ms., ECO/UFRJ)
Beatriz Bissio é jornalista e professora do Departamento de Ciência Política da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Teve longa atuação como jornalista, como correspondente de vários meios de comunicação latino-americanos e como fundadora, diretora e editora da revista Cadernos do Terceiro Mundo (1974-2006), entre outras. Percorreu a América Latina, África, Ásia e Oriente Médio, cobrindo momentos marcantes como a guerra de libertação de Angola e Moçambique, a luta contra o apartheid na África do Sul, o conflito árabe-israelense, a guerra no Líbano, a questão do Iraque, conferências do Movimento Não-Alinhado e da ONU. Uruguaia, naturalizada brasileira, morou na Argentina, Peru, México e Portugal. É consultora em Relações Internacionais e responsável das articulações dos projetos de cooperação junto ao Itamaraty. Preside o Instituto Cultural Brasil-Uruguai (ICBU), a Câmara de Comércio Brasil-Uruguai e o Espaço Cultural Diálogos do Sul. Vencedora dos prêmios Vladimir Herzog e Golfinho de Ouro de Jornalismo.
Pedro Aguiar é jornalista e pesquisador, mestre em Comunicação pela UFRJ e especializado em Jornalismo Internacional. Foi sub-editor do site Opera Mundi, único órgão de imprensa brasileiro especializado na cobertura sobre o exterior. Trabalhou também em redações como o Jornal do Brasil, a TV Globo e a agência EFE, sempre em editorias de internacional. Como repórter, fez ‘frilas’ para a grande imprensa no Kosovo e na Turquia. Ministrou aulas na Escola de Comunicação da UFRJ, onde ajudou a montar o curso de Jornalismo Internacional, um dos poucos no Brasil. É autor do livro Jornalismo Internacional em Redes (2008) e co-organizador do livro Agências de Notícias: perspectivas contemporâneas brasileiras (no prelo).
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