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ToggleA coalizão da esquerda separatista basca EH-Bildu, liderada por Arnaldo Otegi, um dos artífices do fim da violência por parte da organização armada ETA, é submetida a uma forte ofensiva por parte da extrema direita de Vox e de um setor do Partido Popular (PP), que clamam por sua ilegalização.
O argumento esgrimido, e pelo qual também recebeu críticas do Partido Nacionalista Basco (PNV) e do Executivo espanhol, do socialista Pedro Sánchez, é que em suas listas eleitorais para as eleições municipais e autônomas do próximo 28 de maio foram incluídas 44 pessoas que no passado foram julgadas e condenados como membros do ETA.
Em 28 de maio haverá eleições municipais em todo o país e autônomas em 13 das 17 comunidades. No País Basco só serão renovadas as administrações municipais e as deputações forais. As pesquisas antecipam uma igualdade inédita entre o hegemônico PNV e EH-Bildu, da qual forma parte Sortu, herdeira da tradição política da esquerda abertzale e da extinta Batasuna, considerada durante os anos do histórico conflito no País Basco como o braço político do ETA.
As pesquisas não só advertem que pela primeira vez EH-Bildu poderia se converter no partido mais votado e governar uma boa parte do poder territorial da região, mas também partir com boas perspectivas às eleições autônomas do próximo ano, nas quais haverá renovação do Parlamento e, portanto, do Executivo Basco. Nesse contexto, EH-Bildu apresentou suas listas eleitorais para o País Basco e Navarra, com centenas de pessoas vinculadas aos movimentos sociais e ao independentistas.
Covite denuncia candidatos ligados ao ETA
Um dia depois de apresentar as listas, o Coletivo de Vítimas do Terrorismo (Covite) denunciou que entre os candidatos figuram até 44 pessoas que “pertenceram à ETA” e delas sete com “delitos de sangue”, como Juan Carlos Arriaga Martínez, que foi condenado a 29 anos de prisão pelo assassinato em 1984 de Jesús Alcocer Jiménez, assim como Begoña Uzkudun Etxenagusia, condenada a 18 anos de prisão pelo assassinato de José Larrañaga Arenas, também em 1984.
O Vox e o setor mais extremista do PP, liderado pela presidenta da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, exigiram à Promotoria espanhola que abra diligências para iniciar a ilegalização da formação política, apesar de a Junta Eleitoral aprovar as listas de EH-Bildu.
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O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, não exigiu sua ilegalização, mas condenou o governo de Sánchez por suas alianças parlamentares com a formação vasca. “O indigno é que você, Pedro, faça pacto com eles e submeta o futuro da Espanha com eles”, disse no último dia 13 em um ato eleitoral.
O partido liderado por Otegi também recebeu duras críticas do PNV, incluído o presidente do governo Vasco, Iñigo Urkullu, o qual fustigou a inclusão dessas pessoas nas listas, ao apontar que “um nome em 200 listas pode ser um erro, mas ainda que tenham direito, 44 nomes com o significado que as mesmas têm, é uma decisão”.
O próprio Sánchez garantiu que “são coisas que podem ser legais, mas não são decentes”. Já do outro partido da coalizão do governo central, o Unidas Podemos, expressou seu “máximo respeito por um partido democrático como o EH-Bildu”.
Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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