Pesquisar
Pesquisar

Casa Branca: Versão de fentanil que levou a alerta inédito nos EUA é ainda mais prejudicial

Novo composto contém xilazina, um tranquilizante de animais empregado por veterinários
Jim Cason
La Jornada
Nova York

Tradução:

O doutor Rahul Gupta, o “czar antinarcóticos” da Casa Branca, ao anunciar uma nova versão do fentanil como uma “ameaça emergente” aos Estados Unidos, reiterou que o composto produzido no México e traficado nos Estados Unidos é combatido pelos governos de Joe Biden e Andrés Manuel López Obrador trabalhando conjuntamente “de maneira respeitosa” para assegurar que ambas as nações estejam fazendo todo o possível para salvar vidas ante a crise de opioides.

Em comentário a jornalistas pouco antes de anunciar uma nova emergência provocada pela distribuição de fentanil adulterada com xilazina, Gupta foi perguntado sobre o México à respeito dessa crise. “Sabemos que no México está sendo produzido fentanil”, sublinhou, acrescentando que o tráfico acontece pela fronteira e também por rotas aéreas e marítimas aos Estados Unidos. Recordou que nos Estados Unidos morre “uma pessoa a cada cinco minutos por overdose de drogas e envenenamentos”. Em seu anúncio do fentanil adulterado com xilazina – um tranquilizante de animais empregado por veterinários – Gupta, diretor do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca, ressaltou que esta é a primeira vez que o governo designou uma droga como “ameaça emergente”. 

Novo composto contém xilazina, um tranquilizante de animais empregado por veterinários

Montagem
"Se o fentanil era perigoso e letal, agora se tornou ainda mais letal e destrutivo", afirma Rahul Gupta

Ao fazê-lo, o governo poderá mobilizar mais recursos através de várias agências federais para enfrentar o perigo da nova combinação fentanil-xilazina. Gupto disse que as mortes relacionadas com xilazina se incrementaram 1.127% no sul do país, e por 750% no Oeste.

“As pessoas frequentemente acabam tendo que se submeter a amputações de suas extremidades, ou sofrer com úlceras profundas, infecções ou sepse”, explicou Gupta em sessão com jornalistas. “Como médico, estou profundamente preocupado pelo impacto devastador da combinação fentanil-xilazina, e como assessor em política de drogas do presidente Biden, estou imensamente preocupado pelo que esta ameaça implica para a nação”. 

Gupta sublinhou que a ameaça emergente anunciada hoje é uma “extensão da crise de opiáceos. Se o fentanil era perigoso e letal, agora se tornou ainda mais letal e destrutivo, e todos necessitamos agir”, advertiu. 

O anúncio, emitido nesta quarta (12) sobre o fentanil combinado com a xilazina forma parte do esforço nacional do presidente Joe Biden para abordar a crise de opioides, frear os traficantes de fentanil e assegurar que as pessoas possam aceder ao tratamento do vício que necessitam, indicou. 

Na semana passada, Gupta descreveu uma nova campanha para abordar a crise de fentanil entre os jovens – entre os quais as mortes relacionadas com essa droga cresceu 200% entre 2019 e 2021 – ao usar “influencers” nos meios sociais para difundir informação sobre os perigos da droga e sobre os benefícios do Naloxone para salvar vidas.

Em sua apresentação ante a Cúpula Rx sobre a crise de opiáceos realizada anualmente, Gupta sublinhou que “a saúde pública e a segurança pública são dois lados de uma mesma moeda”, e que a estratégia é enfocar-se no vício e ao mesmo tempo perseguir narcotraficantes.

Segundo reportou a National Public Radio, Gupta recomendou incrementar os fundos dedicados a tratamentos, maior regulação para a xilazina – que é empregada de maneira legal por veterinários – e um incremento das penas contra narcotraficantes que estão distribuindo esta nova combinação mais letal do fentanil. 

David Brooks e Jim Cason | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul

 


Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:



As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Jim Cason Correspondente do La Jornada e membro do Friends Committee On National Legislation nos EUA, trabalhou por mais de 30 anos pela mudança social como ativista e jornalista. Foi ainda editor sênior da AllAfrica.com, o maior distribuidor de notícias e informações sobre a África no mundo.

LEIA tAMBÉM

Visita de Macron à Argentina é marcada por protestos contra ataques de Milei aos direitos humanos
Visita de Macron à Argentina é marcada por protestos contra ataques de Milei aos direitos humanos
Apec Peru China protagoniza reunião e renova perspectivas para América Latina
Apec no Peru: China protagoniza reunião e renova perspectivas para América Latina
Cuba luta para se recuperar após ciclone, furacão e terremotos; entenda situação na ilha (4)
Cuba luta para se recuperar após ciclone, furacão e terremotos; entenda situação na ilha
Reeleição blinda Trump de processos e abre caminho para indulto a invasores do Capitólio
Reeleição blinda Trump de processos e abre caminho para indulto a invasores do Capitólio