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Toggle“Há vinte anos Cristina Fernández de Kirchner e sua família são violentadas de maneira pública e sistemática pelas estruturas mais poderosas do país (…) não vão parar até que a bala saia. Isto é fuzilamento midiático”, denunciou a organização La Cámpora, que agrupa a juventude do governante Frente de Todos (FdT), após um programa da televisão do diário La Nación, que forma parte dos meios de comunicação que junto com os opositores e a justiça desataram a perseguição mais violenta da história contra a vice-presidente e ex-presidenta argentina.
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“Esta barbárie de Julio Saguier, dono do La Nación e amigo de promotores e juízes, tem um limite?”, diz o texto. Embora se esperasse uma guerra suja da oposição política da coalizão direitista de Juntos por el Cambio na campanha eleitoral, se chegou aos limites da situação.
A jornalista do La Nación Laura Di Marco, que acaba de escrever uma biografia não autorizada sobre Fernández de Kirchner cheia de mentiras, foi entrevistada por Viviana Canosa, cujos insultos contra a vice-presidenta e funcionários do Executivo não seriam aceitos por nenhum governo no mundo.
Cristina Kirchner denuncia mídia argentina por pedir, sem provas, prisão de sua filha: “máfia”
La Cámpora sustenta que se trata de violência, ódio, humilhação, fustigação, perversidade e crueldade em referência a fotografias de Florencia Kirchner, nas quais é vista extremamente magra, o que atenta contra toda a ética. Di Maco e Canosa disseram que Florencia padece de “anorexia nervosa por falta de mãe”, e insistiram que sua magreza é atribuível à “falta de nutrição materna”.
Florencia, que estudou cinematografia, teve a saúde gravemente afetada depois que foi acusada de ter firmado um documento, quanto ela tinha 12 anos, tratando de envolvê-la em uma das tantas causas falsas dirigidas a extorquir sua mãe.
A jovem foi atendida em Cuba, durante um tempo em que sua mãe, sob o governo do então presidente Mauricio Macri, era o centro das acusações falsas que se acumulavam. Devia pedir licença cada vez que visitava sua filha, quando sequer participava na política.
A oposição ligada aos Estados Unidos trabalha ativamente para terminar com o partido peronista que “ameaça a segurança estadunidense”, segundo disse recentemente o senador republicano Ted Cruz, ao solicitar ao presidente Joe Biden que agisse contra Fernández de Kirchner.
CFK | Reprodução/Twitter
Reconhecidos juristas locais e estrangeiros denunciam que há não provas sobre os crimes imputados à Cristina Kirchner
Tentativa de assassinato
A impossibilidade de acabar com Fernández de Kirchner levou até à tentativa de assassinato, do 1º de setembro passado, quando chegava à sua casa, no meio de uma multidão de militantes.
A investigação ficou nas mãos da juíza María Eugenia Capucheti, que trabalha no governo de Horacio Larreta, intendente da capital argentina e agora candidato presidencial do Juntos por el Cambio.
Carta de senador dos EUA expõe influência do país em golpe contra Cristina Kirchner
Capucheti praticamente deteve a investigação quando chegou aos autores intelectuais, a família Caputo, muito próxima a Macri
Além disso, durante o Fórum Mundial de Direitos Humanos, efetuado no mês passado, reconhecidos juristas locais e estrangeiros denunciaram que, havendo acedido a ler o veredito que em 6 de dezembro condenou a vice-presidenta a 12 anos de prisão (depois fincaram seis anos por decisão do tribunal) e com proscrição para participar em política por toda a vida, não existe nenhuma prova que demonstre que houve uma associação ilícita nem delito algum no que foi a Obra Pública na província de Santa Cruz, pelo que foi condenada.
Este último acontecimento, o caso de Florencia Kirchner, levantou uma onda de rechaço no nível nacional e internacional. É a gota que entornou a taça, e leva à discussão sobre o proceder mafioso, como no caso da ex-procuradora Alejandra Gils Carbó, que renunciou em 2017 ao cargo pelas ameaças às suas duas filhas, cujo endereço e telefone foram publicados pelo diário Clarín.
Pouco antes da reunião do presidente argentino, Alberto Fernández, com seu par dos Estados Unidos, Joe Biden, no passado 28 de março em sua visita a esse país, Ted Cruz atacou novamente a Fernández de Kirchner ao apresentar uma iniciativa para “investigá-la e sancioná-la” supostamente por corrupção e com o objetivo de “proteger os interesses estadunidenses na região”.
Cruz surpreendeu quando sustentou que se deve sancioná-la para “proteger os interesses” internacionais dos Estados Unidos, como se a dirigente política mais importante do país fosse uma “ameaça” para a potência imperial, um argumento que já envelheceu na senectude do capitalismo, mais selvagem que nunca, porque não pode evitar sua queda.
Stella Calloni | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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