O titular do Kremlin, Vladimir Putin, não quis esperar a conclusão no domingo seguinte dos dias de licença com gozo de salário que decretou para toda a Rússia no dia 28 de março para tentar frear a propagação do novo coronavírus, e anunciou nesta quinta-feira que essa medida extraordinária está estendida até o dia 30 do presente mês, embora poderia – dependendo de como evoluam as coisas – dar-se por terminada antes.
Disse que a primeira semana de licença permitiu ganhar tempo para preparar-se e enfrentar o previsível incremento de contágios que ainda haverá antes que a pandemia alcance seu máximo e começa a declinar.
Putin deixou em mãos dos governadores de cada uma das 85 entidades federais a aplicação das medidas preventivas que julguem pertinentes em seus respectivos âmbitos de responsabilidade, levando em conta a necessidade de proteger a saúde da população e de proporcionar os serviços básicos, assim como garantir a estabilidade da economia e das infraestruturas chaves.
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No dia de hoje com 30 falecidos e 3.458 casos positivos em 76 regiões do país, Putin voltou a se dirigir à nação por rádio e televisão, confinado na residência presidencial de Novo-Ogoriovo desde o dia em que se soube que o doutor Denis Protsenko –que foi o anfitrião durante sua visita à clínica com o maior número de pacientes de Covid-19 na capital russa– havia contraído o vírus.
Em Moscou, o prefeito Serguei Sobianin reiterou esta noite que se manterão até 1º de maio todas as medidas adotadas (fechamento de parques, cafés, restaurantes, museus, estádios, teatros, cinemas, etc.), assim como o confinamento obrigatório de todos os habitantes, embora tenha antecipando que não será necessário implantar um sistema de passes especiais para sair, e que agora só se permite ir aos armazéns e farmácias mais próximas, passear com o cachorro a não mais de 100 metros da casa e ir trabalhar em empresas do setor essencial.
As novas tecnologias – entre outros, os programas de reconhecimento facial e de geolocalização e as 175 mil câmeras de vídeo que há nas ruas de Moscou – serão usadas só para vigiar que observem a quarentena obrigatória aqueles que regressarem do exterior ou tiverem os exames confirmados como positivos e seus familiares.
Desde que a expansão do Covid-19 se tornou a notícia número um no mundo, regressaram à Rússia 85 mil turistas e ainda se espera que o façam cerca de 25 mil mais.