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Foto: Consejería Comisionada de Paz / X

“Acordo pactuado, acordo cumprido”: conheça pontos do novo diálogo de paz entre Colômbia e Farc

Começo das negociações ocorrerá no próximo dia 24 de junho em território venezuelano e será o terceiro processo de paz no qual Iván Márquez participará como representante das FARC
Jorge Enrique Botero
La Jornada
Bogotá

Tradução:

Beatriz Cannabrava

O governo colombiano e as dissidências das Farc, comandadas pelo veterano chefe guerrilheiro Iván Márquez, anunciaram nesta quarta-feira (4), em Caracas, Venezuela, o início formal dos diálogos de paz sob o princípio de que “acordo pactuado, acordo cumprido”.

O começo das negociações ocorrerá no próximo dia 24 de junho em território venezuelano e será o terceiro processo de paz no qual Márquez participará. Ele liderou a delegação das FARC nas conversações de Havana, Cuba, que resultaram na assinatura do acordo de 2016, que pôs fim a mais de seis décadas de conflito armado.

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De acordo com o comunicado conjunto divulgado esta tarde, as dissidências, conhecidas como Segunda Marquetalia, terão a possibilidade de expor na mesa de negociações as razões para o seu retorno às armas após a assinatura do pacto de 2016.

Márquez e outros chefes guerrilheiros asseguram que a paz foi objeto de um entrave em 2018, orquestrado pelo então procurador-geral Néstor Humberto Martínez e setores políticos promotores da guerra, com o apoio de agências de inteligência dos Estados Unidos.

Diferenças

Diferentemente de outros dois extensos processos de paz conduzidos pelo governo, este se concentrará em cinco pontos básicos: “desescalonamento do conflito e preparação dos territórios de paz, as vítimas como sujeito social das transformações, condições para a convivência pacífica e a implementação e verificação do acordado”.

O governo saudou a decisão de seus interlocutores de rejeitar o sequestro e trabalhar na proteção do meio ambiente para deter a mudança climática.

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O anúncio foi acompanhado de uma fotografia na qual se vê Márquez ao lado do comissário de paz do governo de Petro, Otty Patiño, bem como vários membros das delegações e representantes dos governos da Venezuela, Noruega e Cuba, que a partir do dia 24 de junho começarão a atuar como garantidores dos diálogos, acompanhados por porta-vozes da ONU e da Igreja Católica.

Fontes militares estimam que a Segunda Marquetalia possui cerca de dois mil homens armados que operam em pelo menos sete departamentos do país, onde confrontam militarmente não apenas as forças públicas, mas também frentes de outras dissidências das FARC, conhecidas como Estado-Maior Central (EMC).

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Jorge Enrique Botero Jornalista, escritor, documentarista e correspondente do La Jornada na Colômbia, trabalha há 40 anos em mídia escrita, rádio e televisão. Também foi repórter da Prensa Latina e fundador do Canal Telesur, em 2005. Publicou cinco livros: “Espérame en el cielo, capitán”, “Últimas Noticias de la Guerra”, “Hostage Nation”, “La vida no es fácil, papi” y “Simón Trinidad, el hombre de hierro”. Obteve, entre outros, os prêmios Rei da Espanha (1997); Nuevo Periodismo-Cemex (2003) e Melhor Livro Colombiano, concedido pela fundação Libros y Letras (2005).

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