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Acordos de Paz de Oslo, assinados na Noruega por autoridades palestinas e israelenses completa vinte anos em 2013. O Café História lembra o que foram esses acordos e algumas de suas repercussões políticas em meados dos anos 1990 e Diálogos do Sul reproduz dado sua importância.
Os chamados “acordos de paz de Oslo” referem-se a um conjunto de acordos firmados na cidade de Oslo, Noruega, entre o Governo Israelense, representado pela figura de Yitzhak Rabin, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), representada pela figura de seu presidente, Yasser Arafat, em 1993. Tais acordos foram mediados pelo então presidente dos Estados Unidos, o democrata Bill Clinton. Na época, Rabin, primeiro-ministro de Israel, disse: “Nós que lutamos contra vocês, palestinos, dizemo-lhes hoje com voz clara a forte: basta de sangue e de lágrimas. Basta”. Gesto este que Arafat agradeceu em público. Esse e outros diálogos entre as autoridades israelense e as palestinas foram exaustivamente reproduzidos e celebrados pela imprensa internacional. Uma foto, em especial, marcou aquelas negociações, a foto de um aperto de mãos entre Rabin e Arafat, tendo Clinton entre ambos. Uma foto extremamente simbólica e possível de muitas análises semiológicas. Curiosamente, este cena (ao lado) não foi feita em Oslo, mas em uma reunião no jardim da Casa Branca, em Washington, em 13 de setembro de 1993. Com aquele aperto de mãos, Israel passou a reconhecer a OLP como representante dos palestinos e esta, por sua vez, reconhecia o direito de Israel à existência, passando a condenar a violência como método de negociação da paz entre os dois Estados.
Em 1994, como conseqüência dos acordos firmados em Oslo, Yitzhak Rabin recebeu o Prêmio Nobel da Paz, ao lado de Shimon Peres e Yasser Arafat. Rabin, no entanto, não teve muito tempo para continuar atuando neste cenário. Em quatro de novembro de 1995, quando participava de um comício pela paz na antiga Praça dos Reis (atual Praça Yitzhak Rabin), em Telavive, foi assassinado por Yigal Amir, um estudante judeu ortodoxo, militante de extrema-direita que se opunha às negociações com os palestinos.
Sobre o que seguiu aos “acordos de Oslo” logo após a sua assinatura, Peter Calvocoressi, em seu livro “Política Mundial” (Ed. Penso, P.371) explica:
Com base nisso, o plano de Oslo se estendia por seis anos (1993-1999), em três etapas: primeira, uma retirada israelense da Faixa de Gaza e de sete cidades da Cisjordânia, e a transferência de poderes à OLP; segunda, transferência de aldeias intermediárias na Cisjordânia, eleições dentro de três meses, livres movimentação entre os territórios transferidos e, finalmente, discussões sobre o futuro dos 140 assentamentos judeus nos territórios e em Jerusalém. Apesar de muita imprecisão, a implementação da primeira etapa aconteceu, mas as seguintes foram prejudicadas por disputas devido à falta de confiança entre os dois lados, pela hostilidade do Hamas tentando desacreditar Arafat e destruir a OLP, pela falta de disposição de Rabin para avançar mais rápido do que se sentia forçado e pelo acelerado confisco de terras por parte de Israel nos territórios ocupados para mais assentamentos.
Em 2013, os “acordos de paz de Oslo” comemoram 20 anos. Embora os acordos tenham sido entusiasticamente – e até mesmo exageradamente – celebrados pela imprensa e por parte da opinião pública internacional, o conflito árabe-israelense continua sendo uma das questões mais urgentes a serem resolvidas no atual cenário global.
Original em Café História: http://cafehistoria.ning.com/osacordosdeolso?xg_source=msg_mes_network