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ToggleCumprindo uma série de compromissos na Argentina, onde se reuniu com o presidente Alberto Fernández e Cristina Kirchner, o ex-presidente Lula concedeu entrevista ao jornal Página 12. Ao diário argentino, Lula reafirmou que o desenvolvimento da América Latina passa pela eleição de governos progressistas, os únicos capazes de promover uma integração na região ao mesmo tempo em que cuidam do povo mais pobre. “Acredito que a América Latina precisa de uma oportunidade para acabar com a pobreza”, apostou, durante a conversa. A seguir, os principais trechos da entrevista.
“Tanto o Brasil quanto a Argentina, assim como a Bolívia e o Chile, precisam de governos progressistas que envolvam os pobres em uma participação ativa na economia, para que possam ser consumidores e comprar coisas e ter acesso à educação”, afirmou Lula. “Estou convencido de que a América Latina pode se recuperar”, disse o ex-presidente.
Lula argumentou que o crescimento em bloco fortalece laços e beneficia todos os países da região. “Tenho uma estima especial pela Argentina porque não concebo que o Brasil cresça sozinho”, disse. “O Brasil tem que crescer, a Argentina tem que crescer, o Uruguai é o mesmo, o Paraguai, a Bolívia porque juntos podemos ser mais fortes”, destacou.
“Quando me tornei presidente em 2003, o intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina mal era de 7 bilhões de dólares. Quando deixei a presidência, eram 39 bilhões de dólares, o que demonstra o potencial financeiro e de parceria”, insistiu.
Ricardo Stuckert
Encontro entre Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, na Casa Rosada
Desafios do PT no Brasil
Lula chamou a atenção para o caso do Brasil, onde o PT se vê diante do desafio de, ao mesmo tempo, superar o obscurantismo de Bolsonaro, e colocar o país de volta ao trilho do desenvolvimento. “O Partido dos Trabalhadores (PT) é capaz de mudar a situação do Brasil, precisa voltar ao governo porque sabe colocar em prática políticas de inclusão social, geração de empregos, para que os mais pobres participem do orçamento das cidades e estados brasileiros”, ressaltou.
“Não podemos aceitar que um país do tamanho do Brasil, que foi a sexta maior economia do mundo sob meu governo, hoje seja a décima terceira”, reagiu o petista. “Não podemos aceitar que um país que acabou com a fome em 2012 e hoje veja que o flagelo é tão forte: são 19 milhões de pessoas que não têm o que comer”.
Ascensão da direita e FMI
Lula lamentou as consequências para os mais pobres da chegada da direita e da extrema-direita ao poder em países da região. “Os governos conservadores destruíram tudo o que construímos para o bem-estar social de nossos povos”, comentou o ex-presidente.
“Sei o que está passando o camarada Alberto Fernández, o que significa a dívida que Macri deixou com o FMI e sua pressão. Por isso, Alberto precisa trabalhar muito para que haja um acordo e que o povo argentino não seja vítima dos neoliberais”, aconselhou Lula. “É possível fazer um acordo’, avaliou.
“O FMI foi tão benevolente com os países ricos com a crise de 2008, por isso tem que ser muito generoso para lidar com a dívida da Argentina. O povo argentino não pode ser sacrificado”, opinou.
Fernández e Kirchner
Lula falou exaltou as boas relações com Cristina Kirchner e com o atual presidente, a quem demonstrou gratidão pela solidariedade demonstrada durante sua injusta prisão, em 2018. “Minha relação com Alberto teve um momento que me comoveu e foi quando ele me visitou quando eu estava detido no presídio de Curitiba”, declarou Lula.
“Foi um ato de generosidade e solidariedade de Alberto. Por isso, com muito orgulho, vou participar do grande ato de recuperação da democracia na Argentina, são 38 anos que devem ser valorizados”, elogiou.
A volta dos progressistas na AL
Lula falou sobre a importância de vitórias do campo progressista na América Latina, como México, a própria Argentina e Bolívia, frisando que a região teve seu melhor momento quando governos populares estiveram na Presidência.
“Foi um momento forte de inclusão social”, lembrou Lula. “Por isso, incentivo os setores progressistas a se fortalecerem para governar nossas queridas América do Sul e América Latina. Acredito que os setores progressistas podem vencer no Chile, que temos muitas possibilidades no Brasil, que a vitória de Luis Arce foi uma vitória extraordinária da Bolívia, do Peru sob Castillo”, elencou.
“As pessoas estão descobrindo que, mesmo com muitas dificuldades, setores progressistas governam com maior compromisso com os trabalhadores e os pobres. Acredito que a América Latina precisa de uma oportunidade para acabar com a pobreza”, afirmou.
“Somos ricos, temos matéria-prima, profissionais qualificados, temos muita terra e capacidade produtiva; a única coisa que explica isso é a incompetência de muitos líderes que não sabem governar para os pobres. Alberto Fernández recebeu a dívida da presidência de Macri e então o povo argentino terá que ser muito paciente. A pandemia fez o mesmo, mas acho que é possível que a economia argentina se recupere, que se criem empregos e melhores salários para que as pessoas sejam mais felizes”, concluiu.
Com informações de Página 12 e Brasil 247
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