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Boric se compromete com Palestina e cogita boicotar produtos israelenses de assentamentos ilegais

Os laços palestinos com a história do Chile são políticos e afetivos e a grande comunidade faz do país sua maior diáspora fora do Oriente Médio
rita freire
Monitor Do Oriente Médio
São Paulo (SP)

Tradução:

Gabriel Boric, nascido na Patagônia, deputado e ex-estudante que já liderava protestos no Chile em 2011, aos 26 anos, tornou-se aos 36 anos o mais jovem candidato e agora o mais jovem presidente eleito pelos chilenos. Ele obteve 4.620.671 votos, alcançando 55,87%, dos votos válidos, e contou com o poio de muitos palestinos entre os seus eleitores.

Ainda como candidato oficial do Partido Comunista e da Frente Ampla e após um encontro com lideranças da Comunidade Palestina do Chile, Gabriel Boric assinou uma série de compromissos, entre eles o de implementar o que diz o projeto de lei apresentado por dez deputados para impedir, com aplicação de sanções, a importação de produtos e serviços originários dos territórios palestinos ocupados.

O projeto de lei foi apresentado ao Congresso em junho de 2021, na sequência das denúncias da organização Human Rights Watch (HRW), que considerou Israel um Estado de apartheid.

Os chilenos de origem palestina formam uma comunidade eclética e diversa que participa de todas as camadas e classes sociais, dos empregos assalariados aos negócios, os estudos, as artes, ao futebol e a política, sem necessariamente ser de um partido ou outro, ou ter um candidato .

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Mas os laços palestinos com a história do Chile são políticos e afetivos. A grande comunidade que faz do país sua maior diáspora fora do Oriente Médio já estava lá bem antes do ex-presidente Salvador Allende, de quem o novo presidente é admirador, ser eleito e assassinado. Nas últimas eleições, a comunidade chegou a ter um pré-candidato a presidente – Daniel Jadue – nas prévias das últimas eleições, antes de Gabriel Boric ter a candidatura homologada.

Os laços palestinos com a história do Chile são políticos e afetivos e a grande comunidade faz do país sua maior diáspora fora do Oriente Médio

Facebook | Reprodução
Gabriel Boric

Ao chegar ao La Moneda, Boric promete assumir uma “posição mais explícita condenando as violações dos direitos humanos, o direito internacional e o direito humanitário na Palestina”.

“Essa é a posição de defesa dos direitos humanos do programa e implica exigir o cumprimento das resoluções da ONU sobre os territórios ocupados e o êxodo da população Palestina, os acordos de Oslo e as diferentes instâncias de possíveis negociações de paz”, diz ele. Boric é confiante de que as posições de seu governo poderão contribuir para a promoção dos direitos na região e no mundo.

Com vitória de Boric, quais os desafios para a construção de um novo Chile popular?

O texto “O Chile de Boric e da diáspora palestina” mostra conexões entre a luta por democracia da sociedade mobilizada por sua juventude no país sul-americano e os jovens que na Palestina lutam contra a ocupação israelense. Nesse processo de lutas e solidariedade, emergem a liderança e os compromissos do novo presidente com a causa palestina.

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Rita Freire, para o Monitor do Oriente Médio


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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