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Sob governo Macri, exército argentino planejou invadir Venezuela em 2019, revela investigação

Estratégia foi organizada pelo governo de Donald Trump, que mantinha política de assédio contra Caracas e buscava derrubar Nicolás Maduro
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Caracas

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Uma nova investigação jornalística revelou que o exército argentino planejou a invasão da Venezuela, entre abril e julho de 2019, no Governo do agora ex-presidente Mauricio Macri, que apoiou a estratégia militar dos Estados Unidos para derrubar o presidente Nicolás Maduro.

O exercício Puma, que contemplava a invasão da Venezuela, foi executado pela força armada em sete sessões na guarnição do Campo de Mayo e por videoconferência com a brigada de paraquedistas de Córdoba, a Brigada Mecanizada X de La Pampa e os comandos da Força de Operações Especiais, também de Córdoba. 

A investigação do jornalista argentino Horacio Verbitsky revelou que no comando da operação esteve o general Juan Martín Paleo, que naquele momento era o comandante da força de deslocamento rápido. Desde março de 2020 é chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.

Estes acontecimentos ocorreram no momento em que o Governo de Donald Trump mantinha uma política de assédio contra a Venezuela, que incluía a imposição de medidas coercitivas unilaterais para desestabilizar o país sul-americano, entre outras medidas, como apoiar ações para assassinar o presidente Maduro.

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Várias nações da América do Sul, inclusive a Argentina (durante a gestão de Macri), apoiaram a política hostil da Casa Branca contra a Venezuela.

Estratégia foi organizada pelo governo de Donald Trump, que mantinha política de assédio contra Caracas e buscava derrubar Nicolás Maduro

Exército Argentino – NaN / Wikimedia Commons
Acontecimentos ocorreram no momento em que o Governo de Donald Trump mantinha uma política de assédio contra a Venezuela

No planejamento do Puma, a força de deslocamento rápido faz parte de uma força multinacional, criada por uma resolução figurada das Nações Unidas (que nunca existiu na realidade), revelou a investigação. 

Além da força de deslocamento rápido, com sua Companhia de Comando e sua Seção de Inteligência, participaram efetivos da Brigada Aerotransportada IV de Paraquedistas, a Brigada de Infantaria Mecanizada X e os comandos da Força de Operações Especiais.

Na ampla investigação do jornalista Verbitsky, publicada no “El cohete a la Luna”, é detalhada a extensa escalada da administração Trump para derrubar o presidente Maduro, que incluíram várias incursões no terreno com o apoio do Governo de Washington.

Também lembra o propósito de Trump de encarregar-se de Venezuela e Cuba dentro de sua Estratégia de Segurança Nacional.

Os Estados Unidos se encarregarão dos “anacrônicos governos esquerdistas autoritários de Venezuela e Cuba” porque permitem que operem os competidores dos Estados Unidos, China e Rússia, que “buscam expandir seus vínculos militares e a venda de armas na região”, foram as orientações do Governo de Trump.

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Com relação à participação argentina nos planos contra a Venezuela, o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul, visitou Buenos Aires e diante de cadetes da Escola Superior de Guerra Conjunta das Forças Armadas advertiu contra a ameaça da China e da Venezuela.

A estratégia para a invasão planejada da Venezuela estaria apoiada por um comando argentino que atuaria por razões humanitárias, segundo a manifestação do próprio general Juan Martín Paleo.

“Independentemente da avaliação política e moral que mereça um plano de invasão da Venezuela em que soldados argentinos fariam o trabalho sujo para os Estados Unidos, do ponto de vista tático, transcorridos um pouco mais de dois anos desde a finalização do Exercício Puma, os pressupostos em que se baseava mostraram-se errôneos”, afirmou Verbitsky.

“A situação na Venezuela se estabilizou, as Nações Unidas não decidiram formar nenhuma força multinacional de intervenção e as forças políticas do oficialismo e da oposição resolvem suas diferenças nas urnas”, concluiu.

Redação Telesur
Tradução de Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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