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ToggleSegue a guerra da ultra direita contra Pedro Castillo, seu governo e o povo do qual ele é paradigma, utilizando sua imprensa, rádio e TV e os jornalistas, opiólogos e caricaturistas que aluga.
Em 5 de abril pôs na rua em Lima um grupo de esnobes e outras pessoas convencidas ou pagas para protestar por algo que não prejudica nem afeta os da classe alta; a subida dos preços da gasolina, do petróleo e dos produtos de primeira necessidade. Não os prejudica, porque com seus altos ingressos podem pagá-los sem nenhum problema; altos ganhos que se originam, diga-se de passagem, nos lucros que resultam do trabalho de operários e empregados insuficientemente remunerados. Houve, além disso, tentativas de saque em alguns mercados.
Foi uma escalada que começou com a “greve dos transportistas”, pondo a culpa no governo pela subida do preço da gasolina e do petróleo. E o governo teve que pôr-se de acordo com eles, comprometendo-se a subsidiar o preço destes produtos. Vamos ver se com este subsídio, que lhes custará a todos os peruanos, baixarão os preços das passagens e dos fretes.
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Pedro Castillo segue lutando contra a extrema-direita peruana
Depois do papelão que fez a ultradireita no Congresso da República com seu fracassado projeto de vacância da Presidência da República na semana antepassada, em seu programa de ataque seguia esta escalada. E também fracassou, porque a maior parte do povo, embora não saiba de tudo, presume que o governo nada tem a ver com a subida do preço da gasolina e se limitou a observar perplexa a manifestação dos esnobes.
Por que subiu o preço do petróleo?
É um efeito da sanção dos Estados Unidos à Rússia por causa da guerra contra a Ucrânia, ocasionada pela tentativa da Ucrânia de ingressar ao Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que, segundo a Rússia, a ameaçaria. A sanção ditada pelos Estados Unidos e acatada pelos estados da União Europeia bloqueou, entre outros valores, o dinheiro que a Rússia deve receber pelas vendas de gás, petróleo e outros bens vendidos aos países europeus.
A resposta da Rússia foi decidir que não continuará vendendo-lhes esses produtos se não os pagarem. A escassez em perspectiva dessa possibilidade deu lugar a uma alta imediata dos preços do petróleo e seus derivados e do gás. O barril de petróleo é vendido agora a 130 dólares e o galão de gasolina nos Estados Unidos, pois é produtor, custa 4,173 dólares. A subida é de mais de 40%. Isto quer dizer que os produtores de petróleo estão aproveitando esta situação para subir os preços e ganhar muito mais à custa dos consumidores.
Obviamente, a Rússia também se beneficia, cujos ingressos pelo petróleo e o gás que vende a outros países aumentaram por estes preços. Em realidade, a sanção contra ela prejudica, pelo contrário, aos Estados Unidos, que sofre a inflação que o preço de petróleo causa, e os estados Europeus que estão ficando sem petróleo e sem gás e têm uma inflação que já chega em alguns países a 9%.
40% do gás que a Alemanha consome e que não quer pagar chega da Rússia por um gasoduto. Até agora só a Hungria declarou que não aplicará sanções à Rússia, já que o gás que é fornecido por ela satisfaz 75% de seu consumo.
O Peru não é alheio aos efeitos da alta do preço do petróleo, porque tem que importar 75% da quantidade que consome, o que determina que seus preços e o da gasolina sejam mais altos. E como tudo se transporta em veículos movidos a gasolina e petróleo, tudo tende a subir de preço.
A direita recalcitrante, personificada no Congresso por 43 representantes dos grupos Força Popular, Renovação Popular e Avança País e alguns de seus aliados do centro, não se referiu ao que sucede com o petróleo e, é claro, não deu nenhuma fórmula para anular ou, pelo menos, reduzir a subida dos preços. Com toda a certeza, se estivesse no controle do Poder Executivo teria disposto a dissolver a bala de uma manifestação como a de ontem contra ela.
Mas há algo mais. A direita recalcitrante crê que pode incitar saques e manifestações com desmandos sem consequências para ela e seus mandantes. Sabe-se como teve que agir o governo de Velasco para parar os saques de 5 de fevereiro de 1975, promovidos pelo Apra. Os mortos quase chegaram a 100. E se, de repente, as massas populares, respondendo às incitações da direita recalcitrante, saíssem em manifestação pelos bairros ricos de Lima? Melhor seria “não fazer ondas”, não lhes parece? Ou dizendo de outro modo; não há que fazer fogo perto da gasolina.
Jorge Rendón Vázquez é colaborador de Diálogos do Sul de Lima, Peru.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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