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ToggleCom 25 colégios ocupados por seus alunos diante da falta de resposta do governo da Cidade de Buenos Aires às suas demandas, a atividade repressiva policial chegou a extremos nunca vistos, não só com a presença de fardados fotografando, filmando e ameaçando os estudantes, mas enviando patrulheiros à casa das famílias dos jovens, as quais são comunicadas que serão processadas e deverão pagar milhões de pesos por dia, enquanto continue o protesto estudantil.
O Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Nação exigiu que se retirem de imediato a polícia dos colégios e as ameaças de processos jurídicos contra as famílias, situação que as entidades qualificaram como uma “loucura jurídica”.
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A ação repressiva foi encabeçada pelos encarregados da Segurança do governo de Horacio Rodríguez Larreta, pertencente à opositora Juntos por el Cambio, e pela polêmica ministra da Educação da prefeitura de Buenos Aires, Soledad Acuña, cuja renúncia têm sido pedida há tempos por estudantes e docentes.
Victor Carreira – Telam
A Secretaria de Direitos Humanos pediu ao governo que cesse o assédio, intimidação, perseguição contra as e os adolescentes e suas família
Demandas
As demandas vão desde a falta de merenda que devem ter os alunos de famílias com maiores problemas, os temas edilícios de escolas com graves problemas, falta de água, tetos e classes danificadas, cortes de luz, persianas caídas e janelas quebradas, como sucede na capital argentina.
Também protestam contra o cada vez mais restringido orçamento educativo, além de falta de calefação no inverno ou de instalações para enfrentar o verão. Mas há algo mais forte, como o fato de que Rodríguez Larreta e sua equipe decidiram que os estudantes realizassem estágios em empresas para prepararem-se em “práticas de trabalho” que são impostos e não remunerados.
A experiência foi denunciada porque a maioria dos jovens eram enviados a empresas, hotéis e outros lugares onde foram utilizados para preparar café, lavar pratos e outras atividade desse tipo “que não são nada pedagógicas”.
Também reclamam que não se pode realizar reformas que afetem a estudantes, docentes e programas educativos sem consulta prévia.
A ministra Soledad Acuña, denunciada várias vezes por seus discursos discriminatórios, não respondeu ao diálogo, mas se dedicou a “criminalizar” a ocupação dos colégios e enviou patrulheiros e policiais para adverti-los que serão submetidos à justiça.
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Nunca havia sucedido algo similar contra estudantes na Argentina, o que é considerado como uma violação dos princípios constitucionais. O governo da cidade também recorreu aos dados de espionagem e das listas de famílias de posse da pasta de Segurança da Prefeitura para ameaçar os jovens, todos filmados por estes serviços de inteligência.
Em um país onde famílias inteiras desapareceram durante a passada ditadura (1976-1983) quando buscavam os perseguidos pelo regime e eram levadas como castigo ou para obrigar os detentos a falar, com métodos sinistros, a Secretaria de Direitos Humanos pediu ao governo portenho que “cesse o assédio, intimidação, perseguição, ameaça, intromissão ou amedrontamento sobre as e os adolescentes e suas família”.
Stella Calloni, correspondente e colaboradora da Diálogos do Sul em Buenos Aires.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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