O atual promotor-geral da Colômbia, Francisco Barbosa, termina seu mandato no final desde ano e será substituído por alguma das três penalistas propostas em uma lista tríplice pelo presidente Gustavo Petro: Ángela María Buitrago, que até seis meses completados em 31 de julho foi investigadora do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) para o caso AyotzinapaAmparo Cerón, que liderou a averiguação do Caso Odebrecht em seu país; e Amélia Pérez, que processou vários dos julgamentos emblemáticos dos crimes do paramilitarismo nos anos 1990.
As três advogadas, expressou Petro em suas redes sociais, “têm um comum denominador: todas arriscaram sua vida para defender os direitos dos seres humanos no pior momento do genocídio desatado na Colômbia”.
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Esta substituição suporia uma radical virada na cabeça da Promotoria-Geral, já que Barbosa é apontado como um homem muito próximo ao ex-presidente Álvaro Uribe e de haver assegurado o estancamento da investigação e do processo penal que segue ao ex-mandatário e líder do direitista Centro Democrático por sua responsabilidade em quatro massacres ocorridos em seu estado, Antióquia, em 1996 e 1997, quando era governador, e pelo assassinato do advogado que defendia as vítimas desses casos, Jesús María Valle.
Ángela Buitrago, doutora em Ciências Criminológicas e membro do Instituto Iberoamericano de Direito Processual, foi a promotora investigadora do caso da queima de Palácio de Justiça em Bogotá ocorrido em 1985, que foi reaberto em 2005. Logrou a prisão de quase todos os perpetradores e a identificação de vários desaparecidos pela força pública que não estavam registrados como vítimas.
Recentemente saiu do México em meio ao reconhecimento e agradecimento das famílias dos normalistas de Ayotzinapa e do movimento de direitos humanos do país. Também forma parte do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos para Nicarágua formado pela ONU.
Outra das figuras propostas por Petro é Amparo Cerón, atualmente promotora delegada ante o Tribunal Superior de Bogotá e responsável até março deste ano pelas investigações do Caso Odebrecht.
Por último, figura no trio de candidatas Amélia Pérez, atualmente no exílio no Canadá devido às investigações contra os paramilitares Salvatore Mancuso e Carlos Castaño e militares de alto nível em numerosos casos de desaparecimento forçado e massacres.
Blanche Petrich | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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