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Ao tomar posse, Xiomara Castro declara Honduras um país socialista e democrático

Além de ser a primeira mulher a assumir a presidência do país, mandatária também quebra paradigmas ao se declarar abertamente socialista
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul Global
Jundiaí (SP)

Tradução:

Em meio a uma tensão política, Xiomara Castro foi empossada presidenta de Honduras nesta quinta-feira (27). A mandatária é a primeira mulher a ocupar o posto e assume a nação em meio a uma “bancarrota”, em suas próprias palavras. “Onde estão os 20 milhões de dólares que pegaram emprestado?”, questionou.

Esposa do ex-presidente Manuel Zelaya, destituído por um golpe de Estado em 2009, Xiomara é a esperança de que os interesses oligárquicos que derrubaram o então presidente constitucionalmente eleito sejam cessados e que o povo finalmente tenha espaço na gestão do país.

As expectativas sobre ela eram altas nesse sentido, mas ela surpreendeu ao declarar que Honduras ´precisa ser refundada sobre valores soberanos, como um país “socialista e democrático”.

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Além de ser a primeira mulher a assumir a presidência do país, mandatária também quebra paradigmas ao se declarar abertamente socialista

Reprodução
Xiomara Castro, presidenta eleita de Honduras

De acordo com Xiomara, “o Estado de Honduras foi afundado nesses últimos 12 anos e eu o recebi em bancarrota”, disse em crítica aberta aos governos do conservador Partido Nacional, que administrou o país com Porfirio Lobo (2010-2014) e Juan Orlando Hernández (2014-2018 e 2018-2022).

Em seu discurso, ela reiterou seu compromisso de encarar o desemprego, a violência desenfreada no país, a corrupção e melhorar a saúde pública e a edução. “A pobreza no país aumentou 74%”, disse. Honduras é um dos países mais pobres das Américas e enfrenta uma onda migratória grave rumo aos Estados Unidos.

Confira os trechos principais de seu discurso:

“Meu governo não continuará a voragem de saque que condenou as gerações de jovens a pagar a dívida contraída pelas suas costas.”

Ainda mencionando as gestões anteriores, afirmou: “devemos arrancar pela raiz a corrupção dos 12 anos de ditadura. Temos direito de nos refundar sobre valores soberanos, não sobre a usura e a agiotagem”. 

 E concluiu: “a catástrofe econômica que recebo não tem paralelo na história do país e seu impacto na vida das pessoas se reflete no aumento de 700% da dívida externa”.

O governo dos Estados Unidos, que avalizou o golpe contra Zelaya, tem dado indícios de que não será inimigo direto do governo de Xiomara. Neste sentido, a vice-presidenta Kamala Harris participou da posse e pretende travar conversas para conter a leva de imigrantes do país rumo ao “sonho americano”.


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