Golpe parlamentar?
Para Giorgio Trucchi, jornalista italiano na América Central e analista político, a aliança entre Libre, PSH e PINU resultou em mais de 1,7 milhões de votos para Castro, o maior número de votos na história recente de Honduras, e demonstrou a vontade popular de pôr fim aos governos corruptos.
Em sua opinião, os cidadãos, protegidos pelo caminho democrático, também exerceram seu direito de voto contra os chamados poderes de facto, que incluem grupos econômicos e grandes famílias por trás de decisões políticas, controle do país e a promoção de um modelo neoliberal profundamente extrativista.
Após vencer a eleição, Xiomara Castro criou várias comissões encarregadas da entrega do poder, das secretarias e ministérios, e de receber as propostas e demandas dos movimentos sociais, povos indígenas, sindicatos, mulheres, comunidade LGTBIQ+, jovens, migrantes, entre outros.
A análise nessas mesas de trabalho também incluiu o estudo da parte legal para aprovação, decretos legislativos e presidenciais e a modificação ou revogação de leis no Congresso, medidas que irão afetar os interesses dos grupos hegemônicos.
“O que aconteceu no hemiciclo hondurenho não deve nos surpreender”, disse Trucchi ao Prensa Latina, pois representa “a busca de formas de evitar a perda de poder comprando consciências e votos e, consequentemente, traindo seu partido e seus eleitores”.
O analista lembrou os argumentos dos 18 deputados em apoio a Cálix e Beatriz Valle, protagonistas da tentativa de golpe parlamentar, que justificaram seu comportamento com suposto apoio a Castro no futuro, mas, na prática, “é mentira”.
Seu objetivo, ele reconheceu, é evitar mudanças reais, democratização e refundação em Honduras, e impedir que os interesses das esferas de poder responsáveis pela destruição do território centro-americano sejam derrubados, e constitui uma estratégia de contenção do plano de governo do presidente eleito.
As reações da Polícia Nacional e das Forças Armadas também continuam por ver, já que esta última foi basicamente cúmplice do golpe de Estado de 2009 contra Manuel Zelaya, com uma postura agressiva e repressiva em relação aos protestos sociais, embora ambas as autoridades já tenham expressado seu apoio a Xiomara Castro.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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