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Após críticas ao ministro da educação, Delfim Netto vira alvo de milícias olavistas

O que dizer da condenação do conhecimento filosófico num governo que reconhece como seu “guru” alguém que se pretende filósofo?
João Baptista Pimentel Neto
Diálogos do Sul Global
Rio Claro (SP)

Tradução:

O ex-ministro da Agricultura, Planejamento e Fazenda dos governos militares Antonio Delfim Netto publicou um artigo questionando e criticando as manifestações verbais, fundamentos e justificativas das últimas medidas que penalizam as Universidades e Institutos Federais anunciadas pelo “economista” e novo Ministro da “Educassão”, Abraham Weintraub, nomeado pelo Capitão Zero Zero, o reformado. Delfim foi instantaneamente alçado pelas milícias digitais “OlavoMintológicas” à condição de novo inimigo público número um e alvo de críticas escatológicas.

Como sempre, a estratégia e o modus operandi utilizado pelos milicianos digitais seguem o mesmo roteiro e buscam impor a mesma narrativa que vêm sendo utilizada contra qualquer pessoa que “ouse” divergir e criticar as insanidades defendidas pelo Capitão e seus subordinados: truculência, desqualificação rasteira, ofensas de caráter homofóbico, incitação ao discurso de ódio, linchamento moral, negação do passado e trajetória do alvo, entre outras práticas condenáveis. Também a linguagem utilizada permanece inalterada: palavras de baixo calão, memes zombeteiros e frases curtas — certamente para atender às regras e hábitos dos usuários das redes sociais.

O que dizer da condenação do conhecimento filosófico num governo que reconhece como seu “guru” alguém que se pretende filósofo?

Frases
cursos são classificados como inúteis e "coisa" de vagabundos

“Delfim Netto sempre foi uma bixona e comunista enrustido”

É assim, que a desde quarta-feira (1º), através de postagens e comentários postados nas redes os brasileiros finalmente tomaram conhecimento, que Delfim Netto — um dos maiores baluartes da direita brasileira e professor emérito de economia da USP — sempre foi comunista e não nunca deixou se ser uma “bixona enrrustida”.

Tudo porque, Delfim criticou e sugeriu ser incoerente o fato de que ao mesmo tempo em que desqualificam a importância dos cursos de humanas — enfatizando que as Ciências Econômicas também fazem parte das disciplinas relacionadas às Ciências Humanas, tanto como os cursos de sociologia e filosofia. Mas estes cursos são classificados como inúteis e “coisa” de vagabundos, “bichas” e drogados pelos seguidores do “astrólogo”, Olavo de Carvalho que, “curiosamente”, se auto-intitula FILÓSOFO.

Leia aqui a íntegra do artigo publicado na edição deste primeiro de maio pela Folha de São Paulo.

*João Baptista Pimentel Neto é jornalista, produtor e consultor cultural, e integrante da equipe de Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

João Baptista Pimentel Neto Jornalista e editor da Diálogos Do Sul.

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