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ToggleReiterados alertas do presidente Luis Arce sobre um “golpe brando” contra a Bolívia e agressivas declarações procedentes dos Estados Unidos dirigem hoje a bússola das suspeitas para Washington e sua embaixada em La Paz. Em 27 de maio último, a propósito do 215° aniversário da criação do Regimento Primeiro de Infantaria Colorados da Bolívia Escolta Presidencial, Arce afirmou que as forças conspiradoras ocultam seus propósitos de atentar contra a ordem constitucional.
Qualificou de “sinistros” estes planos objetivando um golpe brando ou uma redução do mandato governamental. Disse Arce que, atualmente, assim como no passado, a Bolívia enfrenta “enormes” ameaças externas e internas contra a integridade territorial e a soberania da pátria.
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Destacou que durante seu mandato houve êxitos, apesar de uma conjuntura global de tensões e disputas pela hegemonia mundial, como os importantes avanços com Rússia e China no tema do lítio e que se encaminha para a incorporação da Bolívia aos países Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Os Brics são um espaço onde se abrem enormes possibilidades de comércio, acesso a recursos financeiros e à aceleração de nosso desenvolvimento econômico e social, que nos projetará para um novo futuro (…)”, considerou.
Persistir na soberania é a chave
Indicou que, por tal motivo, é chave persistir na via soberana, anti hegemônica e multipolar. O chefe de Estado explicou que, como vários países, a Bolívia tem “certas dificuldades na disponibilidade de dólares”, no entanto, não significa que haja uma crise econômica estrutural, como pretende a oposição, para gerar uma crise política e encurtar o mandato governamental.
Indicou que é “(…) importante trabalhar em uma doutrina de segurança e defesa que expresse o afastamento definitivo da velha doutrina de segurança nacional e dos afãs da Doutrina Monroe, que vive por meio do Comando Sul” com o objetivo de apropriar-se dos recursos estratégicos bolivianos.
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Recordou que, em 1879, os Colorados cumpriram um heroico papel e foi a traição de frações da Quinta Coluna e grupos de poder da mineração da prata que arrebataram a vitória pátria. Insistiu que hoje novamente os setores anti-pátria buscam convulsionar o país e, finalmente, fracionar o território e “enfrentar-nos entre nós mesmos”.
Forças obscuras conspiram contra a Bolívia
Arce reiterou que “forças obscuras e antipatrióticas” internas e externas conspiram contra a integridade do país por meio de operações híbridas “como golpes suaves” e a sabotagem da economia. Assegurou em outro discurso pelo 72° aniversário do Colégio Militar de Aviação que se pretende impor a ansiedade mediante rumores, percepções falsas e táticas de potências imperiais, com as quais busca-se mostrar a Bolívia como um Estado “falido”. “Sem dissimular querem controlar o lítio, as terras raras, a água doce e outros recursos estratégicos (…)”, explicou.
Acrescentou que se busca deter o progresso do país, impedir que o povo seja dono dos recursos estratégicos e participe mediante uma democracia amplamente participativa das decisões de Governo. “(Têm) o infame propósito de balcanizar-nos, pretendendo que o processo da revolução democrática popular e industrializadora fracasse”, afirmou.
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Descreveu que estes setores estimulam uma incessante campanha para socavar o processo de transformações revolucionárias, ao semear uma falsa imagem de suas conquistas e potencialidade, sem levar em conta as daninhas experiências neoliberais para o poder nacional. Insistiu em que o modelo econômico boliviano fortalece e potencializa o que é nacional, dando valor agregado aos recursos estratégicos, para uma integração aos espaços globais em melhores condições de conexão e de transporte a partir de portos estratégicos.
Melhoramentos nas Forças Armadas
Especificou que estes esforços também ocorrerão no melhoramento das capacidades materiais da Força Aérea e do conjunto das Forças Armadas com fins dissuasivos.
Comentou que a construção de políticas de Estado que assegurem o cumprimento dos grandes objetivos nacionais permanentes de bem-estar coletivo e de retorno à condição marítima, favorecerá a economia boliviana.
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Precisou que por esta via país se libertará dos “vai e vem da crise econômica mundial, engendrada pela incapacidade das potências imperialistas de solucionar os conflitos pela via pacífica, provocando guerras internas e internacionais”.
Suposto cenário de conflitos
A mídia digital El Radar (www.elradar.info) denunciou, segundo uma fonte próxima à embaixada dos Estados Unidos em La Paz, que esta missão diplomática informou às Nações Unidas que a Bolívia viverá um cenário de conflitos nos próximos dias. De acordo com esta informação, teria sido orientado por meio da internet que as pessoas se abastecessem de alimentos para 10 dias e que mantivessem 50% de combustível em seus veículos.
Estas mensagens causaram preocupação entre as pessoas que as receberam e, sobretudo, muitas perguntas, a maioria relacionada à possibilidade de vincular esta informação com o denominado Plano Simón Bolívar, ou com as intenções dos Estados Unidos de recolonizar a América Latina, advertiu El Radar. “Depois que a presença estadunidense na América Latina e no Caribe se viu reforçada com a vitória nas eleições dos presidentes Javier Milei, na Argentina, e Daniel Noboa, no Equador, acrescentou El Radar, as condições para a recolonização parecem estar dadas, e isto começou com a instalação de bases militares do país do Norte em lugares estratégicos do território latino-americano”.
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A publicação digital recorda as reiteradas advertências do presidente Arce em um discurso no começo deste ano de que “estamos no momento de maior ameaça para o Estado Plurinacional e precisamos estar cientes disso”.
Manipulação da opinião pública
Em referência às mensagens atribuídas à embaixada dos Estados Unidos na Bolívia, o El Radar insiste que, “no momento só nos resta esperar para saber a razão destas advertências, e qual seria seu alcance em nosso país”. Com esse pano de fundo, o presidente Arce advertiu quanto a setores opositores tentarem incutir na opinião pública a matriz de uma crise econômica estrutural com o objetivo de gerar uma crise política e encurtar o mandato governamental.
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Neste contexto, dos Estados Unidos onde reside, o multimilionário dono de um dos clubes de futebol mais populares da Bolívia, o Bolívar, Marcelo Claure, somou-se àqueles que pregam uma suposta situação crítica do Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo do Estado Plurinacional. “A Bolívia está em uma crise gigantesca”, proclamou, com um amplo apoio midiático o também acionista do conglomerado britânico Manchester City.
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