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O que são e o que defendem os calvinistas como o ministro “terrivelmente evangélico”?

O Estado teocrático imaginado e praticado por Calvino é implacável, nada perdoa. O único livro que vale é a palavra de Deus, a Bíblia
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Os calvinistas, seguidores do reformista protestante francês João Calvino (Jehan Cauvin, 1509-1564), criticavam o fausto da Igreja de Roma e pregavam uma religião mais austera e fiel aos textos sagrados. 

Calvino está para os protestantes assim como Martinho Lutero (Martin Luther, 2483-1546) está para a Igreja de Roma. Lutero realizou a reforma protestante que inspirou Calvino, só que este trocou o sentido de liberdade, contido na mensagem luterana, por opressão e ditadura.

O Estado teocrático imaginado e praticado por Calvino é implacável, nada perdoa. O único livro que vale é a palavra de Deus, a Bíblia

Assembléia de Westminster
Estamos falando do século 16, em que a Igreja de Roma, desde os anos 1400 se impunha com a Santa Inquisição, torturando os desafetos.

De fato, a reforma de Lutero tinha um conteúdo libertário, pois se tratava de contestar o poder de Roma e das monarquias, trocando-o por um cristianismo democrático ao alcance de todos por meio dos evangelhos.

Já Calvino, expulso da França católica em 1553, chega para assumir o Conselho da igreja e do Estado em uma Genebra já totalmente fanatizada em torno do proselitismo do presbítero Guilhermo Farel.

Farel já tinha imposto a ideias de que Deus está acima de todos e de que quem não concorda está a serviço de ou tomado pelo próprio Satanás.

O Estado teocrático imaginado e praticado por Calvino é implacável, nada perdoa. Promove expurgos nas escolas e instituições, monta serviços de espionagem para detectar divergências, caça os livros. O único livro que vale é a palavra de Deus, a Bíblia.

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Estamos falando do século 16, em que a Igreja de Roma, desde os anos 1400 se impunha com a Santa Inquisição, torturando e queimando os desafetos. Calvino é o outro lado do mal, com iguais práticas repressoras, mas sem os rituais.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1967. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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