Pesquisar
Pesquisar

Cannabrava | Quem responde pela política agrícola do governo? Na dúvida, entrega para o MST

Movimento dos Sem Terra tem política e estratégia para modernizar a agricultura familiar para obter maior produtividade e excedentes para exportação
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

A existência de dois ministérios para uma mesma área é uma aberração, mas atualmente é o que temos no país, que tem o ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, controlado pelo ministro Paulo Teixeira (PT), e o da Agricultura e Pecuária, nas mãos de Carlos Henrique Baqueta Fávaro (PSD). Qual deles tem a política agrícola do governo? Ou será que o governo não tem política para o desenvolvimento agrário?

Fávaro, dono de imensos latifúndios, é senador por Mato Grosso pelo PSD. Foi vice-presidente da Associação de Produtores de Soja do Brasil e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso. Participou do gabinete de transição como coordenador do Grupo Técnico de Trabalho da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No Senado e agora como ministro, defende os interesses de sua classe social.

Já Luiz Paulo Teixeira Ferreira, advogado e professor paulista, é filiado ao PT desde sua fundação e foi encarregado por Lula de pacificar as relações com o agronegócio. Na semana passada, anunciou que o Plano Safra será anunciado dia 27 e será o maior da história, com taxas de juros diferenciadas para o produtor rural.

Leia também: Cannabrava: No Brasil, trabalhador tem que lutar por liberdade econômica e política

Por sua vez, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem política e tem estratégia para modernizar a agricultura familiar para obter maior produtividade e excedentes exportáveis.

Há forte demanda nos países ricos por produtos ecologicamente corretos, ou seja, com certificado de que se trata de produto orgânico. Para isso, pretende trazer da China mini tratores e pequenas máquinas adaptadas às pequenas propriedades fundiárias, com projeto de fabricar aqui com transferência de tecnologia

Coisa de comunista…

Paulo Cannabrava Filho, jornalista editor da Diálogos do Sul e escritor.
É autor de uma vintena de livros em vários idiomas, destacamos as seguintes produções:
• A Nova Roma – Como os Estados Unidos se transformam numa Washington Imperial através da exploração da fé religiosa – Appris Editora
Resistência e Anistia – A História contada por seus protagonistas – Alameda Editorial
• Governabilidade Impossível – Reflexões sobre a partidocracia brasileira – Alameda Editora
No Olho do Furacão, América Latina nos anos 1960-70 – Cortez Editora

Assista na TV Diálogos do Sul


Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

LEIA tAMBÉM

Por que popularidade de Lula e do governo estão em queda
Verbena Córdula | Por que popularidade de Lula e do governo estão em queda?
Frei Betto O quociente eleitoral e os “candidatos alavancas”
Frei Betto | O quociente eleitoral e os “candidatos alavancas”
Verbena Córdula - Os meus sonhos foram todos vendidos, tão barato que eu nem acredito
Verbena Córdula | “Os meus sonhos foram todos vendidos, tão barato que eu nem acredito...”
Brasil - a degradação da política e o retrocesso civilizatório
Eleições municipais no Brasil: a degradação da política e o retrocesso civilizatório