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ToggleAtualizado em 03/02/2022 às 13:25.
“Dizem que onde tem petróleo, tem sangue”, diz o jornalista, presidente do Barão de Itararé em entrevista à TV Diálogos Do Sul, ao ressaltar que o golpe de Estado aplicado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (2011-2016) teve um grande interesse do governo estadunidense. “Os EUA perceberam que o Brasil era uma potência e precisavam castrar essa potência”, explica.
O jornalista lembra que, às vésperas do impeachment, vários setores da esquerda “falavam que era coisa do Partido dos Trabalhadores (PT) para se defender” e critica o fato de não ter havido a percepção de que um golpe orquestrado pela direita brasileira estava em curso.
“Esse golpe, foi dado por uma direita que se unificou. Nele, você tem o casamento de vários interesses. O primeiro é do capital estrangeiro e, principalmente, do império, os Estados Unidos, que foram o principal articulador desse golpe”, expõe o jornalista, que ironiza ao dizer que “quando os documentos da CIA forem desclassificados, nós vamos saber de toda engenhoca que envolveu esse golpe”.
Foto: Vanessa Martina
Altamiro Borges em Bate papo com Paulo cannabrava Filho na redação da revista Diálogos do Sul
Altamiro explica que um outro setor que unificou o impeachment foi a chamada “burguesia nacional”, que embora tenha lucrado muito durante o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abandonou o barco durante a crise.
“O próprio Lula se gabava disso: ‘vocês nunca ganharam tanto dinheiro na vida’”, conta. “Quando a crise internacional afetou o Brasil, eles romperam o pacto lulista da noite para o dia e voltaram ao espírito de sempre da burguesia brasileira ,que é um DNA fascista, um DNA golpista, um DNA contra a democracia”.
A casa civil passou a ser uma casa militar
Na visão de Altamiro, diante do governo de ocupação, a questão democrática brasileira está sob ameaça porque “hoje os militares não estão no governo, os militares são o governo” e aponta que “a eleição de Bolsonaro só existe porque teve o golpe do impeachment contra Dilma”.
Para o jornalista, uma possível solução para recuperar a democracia é a partir da combinação de três eixos: democrático, nacional e social, com esse último abrangendo a questão do trabalho.
“A Casa Civil passou a ser uma casa militar, então é uma questão democrática, que diz respeito à cultura, à liberdade de expressão, à luta dos sindicatos, tem a ver com democracia”, explica.
O segundo eixo é a questão nacional, que abrange “soberania, com desenvolvimento, integração regional, é a luta da soberania, questão nacional”. Por último, a questão do trabalho, que é “a questão social contra qualquer tipo de regressão”.
Além disso, “o grande esforço é conseguir pontos de unidade, pontos de convergência, afinar o discurso e ter bandeiras de ação”, diz o jornalista.
“O esforço deve ser [executado] respeitando que há uma diversidade [na esquerda], se não houvesse, não existiriam tantos partidos e tantas centrais, mas respeitar isso é ver pontos de unidade, e nós estamos precisando mais do que nunca de pontos de convergência, ao invés de ficar procurando pontos de divergência”, conclui.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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