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Cuba terá voz própria na Cúpula das Américas

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Nuriem de Armas*

Raúl Castro deve condenar o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Estados Unidos e reiterar seu apoio a Venezuela Raúl Castro deve condenar o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Estados Unidos e reiterar seu apoio a Venezuela

A VII Cúpula das Américas será espaço propício para Cuba mostrar seus avanços em saúde e educação, condenar o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Estados Unidos e reiterar seu apoio a Venezuela.

Por primeira vez a ilha participa deste encontro continental depois do consenso de mais de uma dezena de países da região sobre a necessária presença de Cuba e os reiterados protestos de vários mandatários.

Entre estes, destaca-se a voz da Nicarágua quando o vice ministro de Relações Exteriores, Dennis Moncada, asseverou que “uma Cúpula das Américas sem a presença de Cuba não é Cúpula das Américas”. Moncada destacou que a participação de Cuba é parte da posição inclusiva do continente.

Desde sua fundação, em 1994, Cuba não esteve presente a esse encontro regional pela oposição de Estados Unidos e Canadá e por ser este um mecanismo da Organização de Estados Americanos (OEA), da qual Cuba foi expulsa em 1962.

Em 20009, durante o XXXIX período de sessões da Assembleia Geral da OEA, realizado em San Pedro de Sula, Honduras, uma resolução aprovada assinalava que a Resolução VI adotada em 31 de janeiro de 1962, na VIII Reunião de Consulta de Ministros de Relações Exteriores, através da qual se excluiu Cuba do sistema interamericano fica sem efeito.

O presidente cubano, Raul Castro, anunciou em dezembro última que assistiria a essa Cúpula que transcorre nos dias 10 e 11 de abril em Ciudad de Panamá, respondendo ao convite feito pelo presidente do país afizeram, Juan Carlos Varela, mesmo não estando Cuba na OEA.

Durante a anterior Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), Raúl Castro reiterou que assistirá ao encontro de Panamá para rechaçar com determinação todo intento de isolar e ameaçar a Venezuela e reclamar o fim definitivo do bloqueio a Cuba.

Advertiu que esta nação caribenha não cederá um átomo na defesa da soberania e independência, nem tolerará qualquer tipo de ingerência, nem condicionamentos em seus assuntos internos e ao mesmo tempo não esmorecerá na defesa das justas causas de Nossa América e do mundo.

Depois de ratificar que os princípios são inegociáveis, Raúl Castro enfatizou que a solidariedade é o alicerce da unidade e a integração regional, e anunciou que na Cúpula das Américas no Panamá a sociedade civil cubana será a voz dos sem voz e desmascara os mercenários que, financiados por seus patrões, tentem usurpar sua genuína representação.

No Fórum da Sociedade Civil, que se desenvolverá paralelamente à VII Cúpula, os cubanos mostrarão a experiência do país na área de saúde e da educação que se extende por diversas latitudes, bem como a cooperação internacional a partir de seus princípios de equidade.

Nesse sentido, o Dr Pedro Véliz, presidente da Sociedade Cubana de Medicina Intensiva e Emergencial, exemplificou que desde 1963, quando começou oficialmente a colaboração médica com Argélia, até a data, Cuba tem contribuido com mais de 131 mil trabalhadores da saúde em 109 nações.

Através do projeto da Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), fundada por Fidel Castro em novembro de 1999, já foram formados em Cuba mais de 14 mil médicos de diversas nacionalidades. Destacou que a solidariedade constitui um eixo importante da política exterior cubana como via para a verdadeira integração.

Para os doutores Jorge Pérez, diretor do Instituto de Medicina Tropical e Gladys Abreu, presidenta da Sociedade Cubana de Pediatria, em Cuba as enfermidades infecciosas não ocupam lugar de importancia e mencionou a eliminação de algumas como a poliomielite, para a qual existe um programa nacional de imunização que possui dez vacinas que protegem contra treze enfermidades previsíveis.

Também destacaram o altruísmo dos mais de 250 colaboradores cubanos que voluntariamente manifestaram sua disposição de lutar contra o virus do Ébola em três países da Áfricaa Ocidental, onde contribuíram para diminuir notavelmente as mortes por essa causa.

Esta Cúpula prevê centrar os debates no tema principal da agenda que será Prosperidade com equidade: o desfio da Cooperação das Américas, em que cuba tem experiência acumulada.

*Prensa Latina de La Habana especial para Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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