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Desarme nuclear: chave para sobrevivência humana

Revista Diálogos do Sul

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Foto: Wikipedia
Fat Man: bomba atômica que destruiu a cidade de Nagasaki | Foto: Wikipedia

A comunidade internacional aprovou por maioria proposta de Cuba feita na ONU de convocar a uma reunião de alto nível sobre desarme nuclear no entendimento de que os arsenais nucleares representam um dos maiores perigos que ameaça o planeta.

Mais de 160 países apoiaram a iniciativa – sem votos contrários e as abstenções de Estados Unidos, França, Israel e Reino Unido-, com o que o foro ficou estabelecido para 26 de setembro de 2013 em Nova York, cidade sede da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Espera-se que todos os estados participem com delegações do mais alto nível dessa reunião e que seja uma contribuição concreta ao necessário caminho para a eliminação das armas nucleares da face da terra, como garantia de paz e sobrevivência humana.

Mais de 19 mil armas nucleares – 4.400 em situação operacional e 2.000 prontas para uso imediato-, doutrinas preventivas e ameaças de uso desses artefatos constituem um panorama preocupante tanto para a ilha caribenha como outros países do sul.

“Só o emprego de uma parte ínfima do enorme arsenal nuclear mundial, a explosão de 100 ogivas, provocaria o inverno nuclear, com consequências catastróficas para nosso planeta”, advertiu, no início de março, o diplomata cubano Rodolfo Benítez ao intervir em Oslo, Noruega, na Conferência Internacional Impacto Humanitário das Armas Nucleares.

A única maneira realmente efetiva de garantir que a humanidade não volte a sofrer o terrível impacto dessas armas é sua proibição e eliminação total. Apesar de passado algum tempo é impossível esquecer o sofrimento experimentado pelos habitantes das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, quando em agosto de 1945 Estados Unidos lançou duas bombas atômicas como uma demonstração de força.

Mais de 200 mil vítimas e o dano causado às gerações posteriores convidam ao “Nunca mais” defendido por pacifistas e milhões de pessoas nos cinco continentes.

A propósito do risco, Benítez recordou que o uso dos mortíferos artefatos “implicaria a violação fragrante das normas internacionais relacionadas com a prevenção do genocídio e a proteção ao meio ambiente”. Ademais, chamou a atenção sobre a proclamação de conceitos e doutrinas de segurança injustificadamente esgrimidas por algumas potencias.

“É por isso motivo de profunda preocupação que a dissuasão nuclear continue sendo uma parte essencial das doutrinas de defesa e segurança de alguns estados e que sobre essa base se destinem fundos multimilionários para a modernização dos arsenais nucleares”, disse.

Estudos de organismos internacionais indicam que nos últimos dez anos, os gastos militares cresceram em mais de 49 por cento, uma boa parte desse dinheiro destinado a elevar a capacidade destrutiva as armas nucleares. Resulta inaceitável que no mundo atual se gaste mais em meios para fazer a guerra que na promoção do desenvolvimento.

 

Poucos avanços no desarme nuclear

Apesar do proclamado fim da Guerra Fria, a humanidade continua sob grave risco de ser aniquilada pela existência de armas nucleares, em cuja eliminação parcial ou total pouco se avançou.

A esse respeito o diplomata cubano esclareceu que Cuba, junto a outros países, promove nos diferentes foros o estabelecimento de um calendário concreto para a redução gradual das armas nucleares, até conseguir sua total eliminação e proibição o mais tardar no ano 2025.

“O desarme nuclear não pode seguir sendo um objetivo continuamente postergado e relegado. Há que fixar prazos concretos”, instou. Acrescentou que seu país continuará trabalhando para o início imediato de negociações e a pronta adoção de uma convenção internacional sobre desarme nuclear.

 

Celac e o desarme nuclear

Em fins de janeiro deste ano, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Cela) realizou sua primeira reunião de cúpula no Chile, encontro em que o bloco integracionista fixou sua posição sobre o tema nuclear.

Na declaração de Santiago de Chile, a organização que agrupa os 33 países independentes da região destacou que o Tratado de Tlatelolco estabeleceu a América Latina e o Caribe como primeira zona mais densamente povoada livre de armas nucleares do planeta.

“Neste sentido reafirmamos a necessidade de avançar ao objetivo prioritário do desarme nuclear e a não proliferação e alcançar e sustentar um mundo livre de armas nucleares” expressa o texto aprovado.

O Celac dirigiu um apelo às potencias nucleares para que retirem suas reservas e suas declarações interpretativas dos Protocolos do Tratado e a respeitar o caráter desnuclearizado da região latino-americana e caribenha.

Também expressou seu compromisso de participar de maneira ativa e apresentar uma posição comun no marco da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geal da ONU sobre Desarme Nuclear.

O bloco fundado em dezembro de 2011 em Caracas considerou que a existência de armas nucleares “continua representando uma grave ameaça à humanidade”. Essa postura é compartilhada pelo Movimento dos Países Não Alinhados que reúne a mais de uma centena de nações.

Para o Noal, o desarmamento nuclear deve ser uma prioridade, razão pela qual apoiou a proposta cubana de um foro de alto nível sobre o tema.

 

*De Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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