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ToggleA reforma da Previdência, que deve ir à segunda parte da votação nas próximas semanas, significará um imenso roubo aos direitos dos trabalhadores. Essa reforma não tem nada de “desidratada” como falam alguns sites afins ao PT, dando corda à linha de seus governadores que não se cansam de empreender negociatas com Maia, Toffoli e o centrão para ajudar Bolsonaro e a Bovespa a roubarem os aposentados, por isso não há nenhum plano de luta votado pelos sindicatos, mesmo na iminência dessa votação.
É conhecido como essa reforma impõe uma idade mínima que é muito superior à expectativa de vida no sertão nordestina e em mil e uma cidades e bairros pobres das regiões metropolitanas. Mas além disso ela impõe um confisco ao dinheiro dos futuros aposentados mudando as regras de cálculo dos valores das aposentadorias.
Esse é o segredo de como querem conseguir R$ 1 trilhão para colocar no altar dos larápios donos da dívida pública.
A regra atual de cálculo das aposentadorias leva em conta uma média das maiores contribuições, a nova regra impõe uma média simples e ainda mexe no fator para chegar ao valor cheio da média simples.
Esquerda Diário
Reformado por não respeitar a hierarquia e disciplina militar, 30 anos depois Bolsonaro deu trabalho ao "general" Maia
Entenda:
Hoje, segundo a reforma da previdência de Dilma e Cunha que já furtou direitos dos futuros aposentados, há um outro “fator previdenciário” que se soma ao implementado por FHC.
Ou seja, para fazer jus a 100% da aposentadoria a pessoa precisa alcançar um “fator” que é a somatória de idade e tempo de contribuição. Neste ano de 2019 esse somatório é de 86 para as mulheres e 96 para os homens (ou seja 60 de idade e 36 de contribuição, ou 65 de idade e 31 de contribuição). Porém esse 100% se aplica a uma média que descarta os 20% de menores contribuições. A nova regra impõe a média simples e impõe que para alcançar os 100% da média simples é preciso 40 anos de contribuição.
Veja uma situação hipotética:
Um trabalhador tem 65 anos de idade e 32 anos de contribuição (um sortudo no meio da rotatividade do trabalho de nosso país, muito aumentada com a lei de terceirização garantida pelo STF e com a reforma trabalhista de Temer). Este trabalhador alcança um “fator” 97 e pode fazer jus a aposentadoria integral hoje. Ele contribuiu ao INSS por 6 anos numa média de R$1200,00 e nos outros 25 anos com um valor médio de R$2100,00. Os seis anos mais baixos (20%) são descartados e seu cálculo leva em conta somente os R$2100,00. Sua aposentadoria, grosso modo, seria esses R$2100,00, cerca de metade do valor calculado pelo DIEESE como o mínimo necessário no país (R$4259,90%).
Como seria sua aposentadoria, na nova regra do Governo Bolsonaro?
1)Ele não faz jus à aposentadoria integral.
Para isso ele precisaria de 40 anos de contribuição, tendo que trabalhar continuamente (sem desemprego em nenhum momento) até a absurda idade de 74 anos! Se ele seguisse trabalhando até essa absurda idade ele se aposentaria com R$ 1925,80. Quase 200 reais menos que hoje!
2) Ele quer se aposentar mesmo assim pois já sobreviveu a exploração capitalista até os 65 anos de idade.
Pela nova regra a partir de 20 anos de contribuição o trabalhador tem direito a 60% da média simples de suas contribuições e a cada novo ano de trabalho ganha 2% desta média. Ele tem 31 anos de contribuição então ele tem direito a 60%+(11X2%)= 82% da média simples.
Mas agora o cálculo é de média simples. Sua média de contribuição foi por 6 anos R$1200 e por 25 anos R$2100, a média total é de R$1925. Ele tem direito a 82% desses R$1925, ou seja R$1579. Ele foi furtado em R$530!
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