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ToggleÀ véspera de começar a campanha eleitoral no Brasil, a organização de direitos humanos Global Witness divulgou o resultado de uma investigação feita com o objetivo de checar o sistema de moderação de conteúdo do Facebook.
Para isso, publicou dez propagandas com desinformação sobre as eleições brasileiras e o resultado foi desastroso. Apenas uma das publicações foi inicialmente rejeitada, mas aprovada seis dias depois, segundo o relatório publicado nesta segunda, 15.
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A introdução do relatório diz que “os autoproclamados esforços do Facebook para proteger a integridade eleitoral no Brasil parecem estar falhando, como revela nossa nova investigação. Nossa investigação conclui que o Facebook não conseguiu detectar desinformação relacionada a eleições em anúncios no período que antecedeu as eleições brasileiras em 2 de outubro de 2022.
As tensões são altas no Brasil, com a crescente ameaça de desinformação – que prejudica os resultados eleitorais e pode levar à violência – ofuscando o período de campanha”.
As postagens violavam as políticas da Meta (empresa dona da marca Facebook) que deveria ter impedido as publicações. Pelas regras informadas por Facebook e Instagram é proibido compartilhar conteúdos que interfiram nas eleições ou desestimulem os votos, como data e números incorretos de candidatos, passíveis de exclusão.
Entre as propagadas que foram ao ar, havia informações falsas de que o voto havia se tornado voluntário para eleitores entre 18 e 70 anos, mudanças na data da eleição, não ser mais necessário levar documentos na hora da votação e ataques às urnas eletrônicas.
Fotomontagem disponível no Canva.com
No Brasil, desde 2018, o TSE é alvo de campanhas de desinformação com objetivo de minar a confiança no sistema eleitoral
O que diz a Meta
Segundo a Meta, todos os anúncios são revisados pelo Facebook em um sistema automatizado e moderação humano, antes de serem aprovados. Os anunciantes precisam indicar o tipo de publicação (eleições, temas sociais e políticas). A Global Witness não informou isso e apenas uma delas foi rejeitada inicialmente, mas aprovada após seis dias.
A conta utilizada para fazer as publicações falsas não era verificada e também não havia a informação de quem pagou pelo anúncio. Nas diretrizes da Meta, é necessário o número de CPF para confirmar a identidade do anunciante em propagandas políticas. As publicações foram feitas fora do Brasil, sem mascarar a localização da conta e nem moeda brasileira para pagá-las.
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A Global Witness informou que todas as publicações com fake news foram submetidas como anúncio porque é possível removê-las antes de serem publicadas na rede social.
A Global Witness afirma que o constatado no Brasil “segue um padrão semelhante ao que descobrimos em Mianmar, Etiópia e Quenia, sobre a incapacidade do Facebook de detectar discurso de ódio em ambientes políticos voláteis”.
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Ressalta que a diferença no Brasil “é o conteúdo do anúncio contendo informações eleitorais totalmente falsas (como a data errada da eleição) e informações concebido para desacreditar o processo eleitoral e, portanto, minar a integridade eleitoral”.
O responsável pela pesquisa, Jon Lloyd, alertou como isso pode ser perigoso para as eleições brasileiras e defendeu que a Meta revise urgentemente suas ferramentas para moderação de conteúdo e melhore a verificação de anúncios veiculados na plataforma.
A desinformação em eleições de alto risco, particularmente nas mídias sociais, foi destaque no referendo do Brexit de 2016 e nas eleições de 2016 nos EUA até hoje. No Brasil, desde 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é alvo de campanhas de desinformação com objetivo de minar a confiança no sistema de votação eletrônica que é utilizado desde 1996.
Para combater a desinformação, o TSE lançou o Programa de Combate à Desinformação no qual mantém diálogo com as redes sociais. O Facebook ainda é a plataforma de mídia social mais utilizada no Brasil, com 48,56% de todas as visitas de mídia social.
Guiomar Prates | Portal Vermelho
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