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ToggleNós não perdemos. Não fomos derrotados. Nós não somos minorias. Começo este texto, que não tem como pretexto analisar o cenário deste domingo (2), e sim o objetivo de abraçar as 57.258.115 pessoas que votaram em Lula e no PT e que agora estão tristes.
Dizer que na primeira hora desta segunda-feira (3) as pessoas deveriam “sacudir a poeira e dar a volta por cima” é insensível. Ninguém solta a mão de ninguém é uma utopia que segue válida.
É preciso ter tempo de lamber as feridas. Não espaço para autocrítica. O bonde segue e a gente tem que ir consertando o rumo, recalculando a rota. Tudo junto e ao mesmo tempo.
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Muita gente trabalhou duramente para que Lula vencesse o primeiro turno, para que candidaturas femininas, trans, negras e com consciência de classe fossem eleitas.
É um problema prometer que se pode vencer o fascismo apenas com eleições, mas se é esse o cenário desenhado, a alternativa possível, vamos!
Foto: Reprodução/Youtube
Eleitor envergonhado
Tias do Zap
Mas é bom saber que a tia do Zap não é uma pessoa ingênua, boba e que precisa ser perdoada por sua inaptidão digital.
O tio do Zap não fala bobagem apenas nos comentários anônimos da internet. Ele está nas ruas xingando e gritando contra comunistas e dizendo coisas aparentemente sem sentido.
Cannabrava | Violência e medo. Como sobreviver num país em surto psicótico?
Não há racionalidade possível. O ataque tem método e está se organizando há mais de uma década. O clima político no país realmente mudou para um cenário mais favorável à esquerda, mas o suposto centro ainda tende a ir pra Paris junto com seu candidato.
O deputado reeleito André Janones já havia nos alertado para o ponto cego às vésperas das eleições, aquele momento em que as pesquisas já não veem e que a campanha já não pode responder.
Mas ninguém viu, talvez porque realmente fosse impossível. Quaisquer que sejam as análises agora ela precisa contemplar a dor. Mas também pulsar a ferida de quem votou de modo envergonhado.
É preciso constranger, acirrar a polarização e evidenciar quem são os responsáveis pelas 700 mil mortes da pandemia. Quem está roubando o Estado com as rachadinhas. Se eles estavam com vergonha antes, que agora chorem.
“Chora agora, ri depois”, diz uma letra do grupo Racionais MC’s. Esse tem que ser nosso lema hoje, mas só por hoje, para que depois chorem eles para que possamos, enfim, voltar a sorrir com um país que nos orgulhe, que seja um dos promotores do BRICS (Brasil, Rússia, China e África do Sul) e tenha a educação como base do seu desenvolvimento.
Vanessa Martina Silva, jornalista e editora da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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