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Governo da Colômbia decide deportar ativista antimilitarista convidada a observar eleições

Além de acompanhar processo eleitoral no dia 29/05, Teri Mattson analisaria situação dos direitos humanos no país, Estado alega "risco à segurança" do país
Vanessa Martina-Silva
ComunicaSul
Bogotá

Tradução:

A Colômbia, país que mais mata lideranças de direitos humanos em todo o mundo, deteve e impediu que a observadora eleitoral estadunidense Teri Mattson ingressasse, neste domingo (22), no território, sob a alegação de que ela representaria “um risco para o Estado”. Está prevista sua deportação nesta segunda (23).

Mattson lidera a organização Code Pink: Woman for Peace para a América Latina, movimento de esquerda que trabalha, junto a mulheres, para acabar com o militarismo dos Estados Unidos e apoiar as iniciativas de paz e direitos humanos.

Ela foi convidada ao país pelo Comitê Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos CPDH, fundado em 1979, uma das instituições de direitos humanos mais prestigiadas do país.

Em seu Twitter, a ativista compartilhou o post de Franco Metaza criticando o governo do presidente Iván Duque: “governos de direita que não respeitam as regras democráticas básicas e violam os direitos humanos, mas a OEA (Organização dos Estados Americanos) e demais caudilhos da liberdade nunca vêm”. Na sequência, o comunicado na íntegra do Comitê Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos CPDH.

Em solo colombiano, ela deveria acompanhar o processo eleitoral do próximo dia 29 e avaliar a situação dos direitos humanos no país.

A decisão do governo diz que “por razões de soberania, quando existam fatos ou informações fundadas que indiquem que a pessoa representa um risco para a segurança do Estado ou à convivência cidadã deve ser negado o acesso ao país”.

Além de acompanhar processo eleitoral no dia 29/05, Teri Mattson analisaria situação dos direitos humanos no país, Estado alega "risco à segurança" do país

Reprodução Twitter
Nos últimos anos, Mattson participou de processos de observação eleitoral em cinco países latino-americanos

“Vemos com grande preocupação o fato de que o Estado colombiano veja o acompanhamento eleitoral internacional e a observação dos direitos humanos como risco para sua segurança. Ambos os mecanismos de apoio internacional são fundamentais e estão endossados internacionalmente como parte da garantia de uma das eleições justas e transparentes”, afirmou o grupo Fronteras Comunes, em nota divulgada à imprensa.

Nos últimos anos, Mattson participou de processos de observação eleitoral em cinco países latino-americanos.

Confira o comunicado completo do Comitê Permanente de Direitos Humanos:

*A reprodução deste conteúdo é livre, desde que citada a fonte e a lista de entidades e organizações que apoiam esta cobertura, como no rodapé a seguir.

Esta cobertura está sendo feita pela Agência ComunicaSul graças ao apoio das seguintes entidades: da Associação dos/das Docentes da Universidade Federal de Lavras-MG, Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA), jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários do Piauí; Associação dos Professores do Ensino Oficial do Ceará (APEOC), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-Sul), Sindicato dos Bancários do Amapá, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, Sindicato dos Correios de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste Centro), Associação dos Professores Universitários da Bahia, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do RS (Sintrajufe-RS), Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Sindicato dos Químicos de Campinas, Osasco e Região, Sindicato dos Servidores de São Carlos, mandato popular do vereador Werner Rempel (Santa Maria-RS), Agência Sindical, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais e centenas de contribuições individuais.

Vanessa Martina Silva é editora da Diálogos do Sul, direto de Bogotá para Comunica Sul.



As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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