Pesquisar
Pesquisar
Foto: X de Pello Otxandiano Kanpo

Favorito das eleições no País Basco, EH-Bildu propõe reconciliação, memória plural e reparação

Na reta final, candidato da coalizão, Pello Otxandiano, também pediu "perdão" às vítimas da violência exercida pela organização armada ETA durante quase quatro décadas de existência
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Na reta final da campanha eleitoral no País Basco, que neste domingo (21) elegerá um novo Parlamento e governo autônomo, o candidato da coalizão da esquerda independentista basca, Pello Otxandiano, decidiu pedir “perdão” às vítimas da violência exercida pela organização armada ETA durante quase quatro décadas de existência. Diante da pressão política e midiática para que se distanciasse de forma clara do ambiente da ETA, o líder da EH-Bildu instou a população à qual aspira governar “a avançar para a reconciliação”.

Em uma entrevista televisiva e depois que a posição da esquerda abertzale em relação à ETA se tornou o principal assunto da campanha, Otxandiano explicou que sua formação está “rumo à reconciliação e à construção de uma memória plural e no respeito, na reparação, no reconhecimento, na reparação de todas as vítimas sem exceção”. E pediu aos demais partidos “tirar este tema do contexto eleitoral”. Otxandiano afirmou que “se eu for lehendakari, assumo em primeira pessoa a tarefa de levar este processo até o final”.

Leia também | Estado plurinacional: entenda proposta do presidente do governo Basco à Espanha

O candidato do EH-Bildu expressou ainda seu “respeito absoluto e proximidade à dor de todas as vítimas e em especial às vítimas da ETA“. “Nós temos uma postura muito contundente e assertiva no caminho para a reconciliação e na construção de uma memória plural e no respeito, na reparação, no reconhecimento, na reparação de todas as vítimas sem exceção”.

O líder da esquerda independentista basca também reconheceu que “uma das tradições políticas que hoje pertence à EH-Bildu foi agente de dor no passado (em referência ao Sortu, antes Batasuna), depois foi parte da solução e hoje acredito que a EH-Bildu está em condições de ser agente da reconciliação; e a prova disso é que nas minhas listas há pessoas ameaçadas pela ETA na época”.

Leia também | País Basco caminha para eleições parlamentares e partido líder há 40 anos pode perder posto

De acordo com as últimas pesquisas, a plataforma da EH-Bildu poderia se tornar o partido mais votado na região, o que seria um marco histórico para a esquerda independentista, que pela primeira vez superaria o historicamente hegemônico Partido Nacionalista Basco (PNV).

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

LEIA tAMBÉM

Venezuela
Análise: Venezuela responde ao bloqueio internacional com democracia participativa
Cubana Aviacion (1)
Sanções contra aviões de Cuba: extrema-direita internacional manda, Argentina obedece
interior-feira-do-livro
Feira Internacional do Livro em Buenos Aires desafia “necrocapitalismo” de Milei
Brasil_desigualdade
Neoliberalismo, concentração de renda e pobreza: o caso da América Latina