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ToggleO então presidente Donald Trump contemplou bombardear laboratórios de drogas ilícitas no México, ação que comentou repetidamente chegando até a perguntar a seu secretário de Defesa se os Estados Unidos podiam realizar esse tipo de operação.
Segundo conta a repórter Maggie Haberman, que cobriu a Casa Branca de Trump para o New York Times em seu novo livro Confidence Man, a ideia de bombardear objetivos no México foi provocada por seu secretário assistente de Saúde, Brett Giroir, em uma visita ao Salão Oval onde argumentava que se requeria medidas para frear o fluxo de drogas pela fronteira.
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Trump aparentemente se confundia sobre que posto ocupava o funcionário, já que usava uniforme formal militar quando visitava o mandatário, reporta Haberman em seu livro. O trabalho está programado para sair à venda na próxima terça-feira (4). O Washington Post obteve uma cópia e reportou sobre este e outros incidentes, incluindo o comportamento errático de Trump em suas reuniões com líderes internacionais, legisladores, empresários e sua própria equipe de assessores, entre eles sua filha Ivanka e seu genro Jared Kushner (que desejou expulsar da Casa Branca em várias ocasiões).
![Em "Confidence Man", repórter do New York Times relata o que presenciou enquanto cobriu Casa Branca durante mandato do republicano](https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/wp-content/uploads/2023/10/d28f64ea-2579-4771-88df-25cc2ba575e3.png)
El Financiero
Livro também aprofunda os primórdios da carreira política de Trump quando era empresário em Nova York
Tema recorrente
Sobre o tema de bombardear o México, Trump “o abordou várias vezes, eventualmente perguntando a um pasmado secretário de defesa, Mark Ésper, sobre se os Estados Unidos poderiam de fato bombardear os laboratórios”, segundo o livro.
Certamente, não é a primeira vez que se reporta que Trump considerou bombardear alvos no México. Em maio deste ano, foi informado que o próprio ex-secretário Esper escreveu isso em seu livro de memórias, A Sacred Oath.
Segundo Ésper, em 2020 Trump lhe perguntou sobre a possibilidade de lançar mísseis no México para “destruir os laboratórios de drogas” e destruir os cartéis e sugerindo que essas ações militares estadunidenses poderiam ser mantidas em segredo – “ninguém saberia que fomos nós”, lhe disse o presidente.
Esper diz que o presidente lhe comentou que os mexicanos “não têm controle de seu próprio país”.
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O livro de Haberman relata – baseado em parte em três amplas entrevistas com Trump, mais dezenas de entrevistas com outras figuras da órbita do ex-mandatário – vários episódios de suas relações com outros líderes, incluindo seu desprezo por quase todos, desde Angela Merkel à sua contraparte britânica, como também seu mal manejo da pandemia, sua obsessão com seu perfil público e sua aparente ignorância, falta de interesse no funcionamento do governo e descuido com material de inteligência classificado.
Também descreve sua constante provocação de conflito entre seus próprios assessores e até familiares.
De acordo com a autora, Trump se tornou cada vez mais errático depois de seus processos de impeachment, e após sua derrota eleitoral ficou obsessivo com teorias de conspiração e em como anular a eleição para manter-se na Casa Branca, o que incluiu a contratação de advogados e assessores externos que alarmaram sua equipe por estar disposto a promover esforços extremos e “delirantes”.
Ao mesmo tempo, o livro também aprofunda os primórdios de sua carreira política quando era empresário em Nova York, incluindo sua relação com um mentor, o advogado Roy Cohn, braço direito do legislador Joe McCarthy, que promoveu o perseguição política a esquerdistas nos anos 50 (e de onde vem o termo “McCarthyism”).
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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