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Defender os seres humanos de racismo e preconceitos também faz parte da luta contra desastre climático

As lutas para reduzir os impactos das mudanças climáticas têm funções mais importantes do que apenas enfrentar as modificações negativas da natureza
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul Global
Uberlândia

Tradução:

Acaba de ser publicada uma pesquisa feita no mundo sobre quais são os principais problemas que preocupam as populações nos diversos países. O principal problema apontado diz respeito às Crises Climáticas.

Com o levantamento dessa questão foram apresentadas providências que devem ser adotadas para tais ajustes. Entre os pontos indicados temos as mudanças na matriz energética, reduzindo o uso de energia baseada nos combustíveis fósseis. 

Esse tema é de grande importância. Estamos sim em processos de modificações na distribuição das chuvas durante o ano, em cada ano temos mais precipitações episódios torrenciais em que há uma enorme perda de águas que não possuem tempo para infiltração nos solos e as águas são levadas para fora das bacias hidrográficas. Por isso, torna-se indispensável a formulação de ajustes legais, técnicos e políticos para estabelecer tais mudanças. Mas, acima disso é indispensável que haja mobilização popular para exigir novas posturas dos poderes estabelecidos, bem como no modelo de produção que é superexplorador das condições ambientais e do trabalho. 

Os impactos negativos acarretados pelo sistema economicamente produtivo em relação aos componentes da natureza são decisivos para que seja gerado um verdadeiro caos com as mudanças climáticas.

As lutas para reduzir os impactos das mudanças climáticas têm funções mais importantes do que apenas enfrentar as modificações negativas da natureza

Repodução: Pixabay
As mudanças no sistema produtivo e da vida humana devem ser realizadas com muita garra e determinação.

Importante reconhecer que a manutenção do sistema em que vive a humanidade e portanto o Brasil nos conduz para um imenso desastre climático com consequências irreparáveis. Estamos nos limites dos tempos para que as mudanças sejam implantadas. 

Se não houver tal mudança de postura, estaremos condenando a humanidade para o imenso e imensurável desastre sócio ambiental, acarretando milhões de mortes e processos de migrações incontroláveis. 

As mudanças no sistema produtivo e da vida humana devem ser realizadas com muita garra e determinação. Não há tempo para postergações. Daí a necessidade de lutas concretas para proteção das biodiversidades, dos biomas naturais.

As lutas para reduzir os impactos das mudanças climáticas têm funções mais importantes do que apenas enfrentar as modificações negativas sobre os componentes da natureza. Implica em reduzir as condições inóspitas que são geradas para dificultar ou mesmo limitar em muito, a vida humana nos atuais territórios ocupados. E essa situação poderá ser irreversível.

Outro ponto que foi destacado pelas preocupações das manifestações mundiais trata-se da Defesa dos Direitos Humanos. E, isto representa, mais uma vez a defesa das biodiversidades, pois é nos territórios que devem viver as pessoas, os animais e os vegetais. 

Daí os ambientes devem ser preservados e cuidados com o devido afinco combatendo a crise que leva à extinção dos componentes da natureza. E, essa crise também está vinculada ao modo de produção.

Defender as biodiversidades implica em um componente importante da defesa dos direitos humanos. A humanidade tem direito a viver no Planeta limpo e digno para todas as pessoas. 

Por esse posicionamento dos habitantes da Terra, torna-se difícil de entender a luta política travada nos municípios brasileiros por setores que dificultam a implantação e adoção da Renda Mínima ou da Renda Básica para que as populações subalternizadas tenham condições dignas de viver e suprir suas necessidades fundamentais.

Quando as pessoas abordam as diversidades planetárias estão se referindo aos sistemas ecológicos e também às variações das culturas e dos comportamentos da humanidade. Daí ser desastrosa a manutenção dos comportamentos herdados pela história, a partir do projeto de exploração e colonização que condiciona a vida humana nos continentes do Planeta.

Neste enfrentamento torna-se indispensável que sejam adotadas ações globais para proteção das mulheres contra a violência bem como o trabalho ativo para conseguir o respeito às diferenças nos gêneros. Outra luta indispensável e diuturna deve ser travada para acabar com o racismo e os preconceitos aos povos originários dos territórios e seres humanos escravizados. Com isso, é preciso defender os seres humanos contra todos os tipos de racismos e preconceitos.

Em todos esses pontos assinalados há que se conseguir mudanças abruptas nos sistemas de comunicações. Tais sistemas e isso inclui as redes sociais devem ser pautados pelo respeito à democracia e compromissos inalienáveis aos direitos humanos.

Os países não podem continuar a conviver com informações falsas – “fake news”, que desrespeitam as consciências e os direitos à informação justa e precisa.

Nestes momentos em que vivemos uma desastrosa pandemia pelas contaminações e óbitos gerados pelo coronavírus, é indispensável a ação global para proteger toda a humanidade. A imediata proteção das populações com aplicação de vacinas que possam imunizar todas as pessoas é o caminho mais seguro. 

Para tanto, os países que possuem populações bilionárias devem financiar a continuidade das pesquisas e produção de vacinas para serem aplicadas em todos os povos, ricos ou pobres. Significa que os enriquecidos com o modelo vigente devem pagar essa conta para poderem também continuar a viver no Planeta Terra.

No dizer de Joye D. habitante de Trinidad e Tobago, “Eu sonho com um mundo onde as pessoas possam se sentir confiantes em seu próprio ser, e onde todos nós tentemos tratar os outros seres e o planeta como trataríamos a nós mesmos.”

Tais mudanças de procedimentos na vida humana no Planeta implicam em mudanças coletivas e individuais nos sistemas sócioeconômicos e ambientais e não podem ficar no âmbito das utopias. 

No dizer do saudoso Eduardo Galeano, a utopia existe para nos ensinar e estimular a caminhar.  Precisamos assumi-la como indispensável para que se salve a vida humana. O Planeta Terra continuará a existir, com a vida humana em sua superfície ou sem tais habitantes.

Não resta para a humanidade muito tempo e precisamos decidir como será o Planeta que “deixaremos” para as futuras gerações. 


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Claúdio di Mauro

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